Futebol pode salvar tatu-bola de extinção

Papel de parede com imagem do tatu-bola da campanha da Associação Caatinga

Um grupo de cientistas propôs um desafio à FIFA e ao governo brasileiro: para cada gol marcado na Copa do Mundo, transformar mil hectares de Caatinga em parques ou reservas. Se a bola balançar na rede por aqui como na África do Sul, teríamos como legado a preservação de 145.000 hectares do único bioma exclusivamente brasileiro.

Em artigo na revista científica “Biotrópica”, Bráulio Santos, Enrico Bernard, Felipe Melo, Gerardo Ceballos, José Siqueira e Orione Álvares da Silva encorajam os organizadores do torneio e o governo brasileiro a incorporarem ações conservacionistas para preservar a espécie escolhida para ser o mascote da Copa, o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), e seu habitat principal, a Caatinga do Nordeste do Brasil. “Ainda há tempo para um grande gol ambiental”, afirmam os pesquisadores.

A Caatinga e o Cerrado estão entre os biomas mais ameaçados do Brasil. Ao mesmo tempo representam ecossistemas ricos em biodiversidade com alta taxa de endemismo. O tatu-bola encontra-se na categoria “vulnerável” da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção, porém passando por um processo de reclassificação para “em perigo”, por conta da perda de 50% do seu habitat nos últimos dez anos.

Estima-se que a população de tatu-bola tenha sofrido uma redução de pelo menos 30% devido ao desmatamento e à caça. Se nada for feito para a conservação da espécie, em 50 anos poderá estar extinto na natureza. Mas outro grupo de ambientalistas, coordenado pela Associação Caatinga, lançou a campanha Eu Protejo o Tatu-Bola. E nesta é você quem pode marcar um gol pela diversidade.

Por QSocial