Idosos protagonizam maratona de grafite em Portugal

 

Daqui a algumas semanas, as chamadas freguesias de Portugal (divisões administrativas) vão receber uma nova geração de artistas urbanos. Munidos de latas de spray, idosos grafiteiros vão colocar em prática o conhecimento adquirido em 12 workshops do Projeto Lata 65.

“Tentamos aproximar uma geração não tão jovem ao que os jovens fazem”, afirma a arquiteta portuguesa Lara Seixo Rodrigues, 35 anos, cofundadora do Lata 65 e do Festival de Arte Urbana da Covilhã. “É uma forma de conexão, sem os colocar a trabalhar lado a lado.”

O workshop, que tem duração de dois a cinco dias, começa com aulas teóricas, em que é ensinada a história do grafite, que surgiu na década de 70 em Nova York, e como ele evoluiu. “A ideia é explicar-lhes o que é aquilo que eles veem pelas ruas”, diz Lara.

Depois, são ensinadas as técnicas de trabalho que serão usadas e mãos à obra. “Começam por criar a sua tag [assinatura], depois desenhar e cortar o estêncil e por fim vamos para a rua, pintar uma parede”, conta a arquiteta, que também é facilitadora nos trabalhos.

“O mais importante que fica após os workshops são os depoimentos. É sempre um momento de grande alegria. Costumo dizer que a lata de spray tem algo de mágico que não sei explicar. Toda a gente gosta de experimentar, e o idoso não é exceção.”

A arquiteta diz que duas falas se repetem ao final dos trabalhos: “Hoje reconheço o que vejo na rua” e “Estando aqui, entusiasmado e feliz, não estou pensando nos dias e nas horas que me faltam para morrer”.

“Eu acredito e vivencio no meu trabalho que a arte transforma em todas as idades”, conclui Lara.

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Por QSocial

*Este texto faz parte do projeto Geração Experiência, que tem como objetivo mostrar histórias de pessoas com mais de 60 anos que são inspiração para outras de qualquer idade.