Inovação social quadruplica renda de cafeicultores na Nicarágua

Vivenciar a dura realidade dos produtores de café na Nicarágua levou um jovem casal a desenvolver uma proposta inovadora que se tornou um ideal de vida para eles e um bom negócio para os cafeicultores nicaraguenses.

O café é considerado a segunda matéria prima mais valiosa do mundo. Um quilo do grão plantado na Nicarágua, e em outros países produtores da América Central e do Sul, chega a custar mais de US$ 40 no mercado norte-americano. No entanto, os ganhos dos produtores são de menos de US$ 2 pela mesma quantidade do produto.

Noushin Ketabi e Robert Terenzi, os criadores da Vega Coffee[/img]

Em janeiro deste ano, ele  –advogado de um dos mais famosos escritórios americanos– e ela –especialista em energia renovável trabalhando para o governo da Califórnia –decidiram abandonar seus empregos em São Francisco (EUA) e mudaram-se para a Nicarágua.

Com a ideia de transformar aquela realidade, criaram uma empresa junto com os cafeicultores locais que possibilitasse a eles assumir mais atividades na cadeia de valor do café e assim aumentar os rendimentos obtidos.

Para financiar a empreitada eles recorreram há cerca de um mês ao Kickstarter, uma das maiores plataformas de financiamento de inovações. Eles precisavam de US$ 20 mil, para começar, e conseguiram o dobro disso.

Com o dinheiro nasceu a Vega Coffee. A empresa capacita e apoia os cafeicultores a processar e embalar seus grãos e os conecta diretamente com os consumidores através do site www.thinkvega.com, que oferece cafés de diferentes regiões.

Os primeiros resultados mostram que a renda dos cafeicultores com a mesma quantidade de grãos produzidos cresceu quatro vezes e os consumidores estão podendo obter café de qualidade e sabores exclusivos diretamente dos produtores.

Como uma boa parte dos lucros na cadeia de valor do café vem do processo de torrificação, os fundadores da Vega Coffee juntaram-se a EOS International, uma organização sem fins lucrativos que promove o uso de tecnologias nos países em desenvolvimento, para dar aos agricultores o equipamento para torrar os grãos.

Eles projetaram e construíram um novo modelo de máquina que é modular, confiável, de baixo custo e que consome muito menos energia. Dessa forma, os meios de produção fornecidos aos cafeicultores ajudam também a preservar o meio ambiente. Para Kentabi, está é apenas a fase piloto do projeto que deve crescer nos próximos anos inclusive para outros países da região.

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