Ipê-roxo é 1ª árvore do Cerrado a ter genoma sequenciado
Pesquisadores da Embrapa do Distrito Federal e da UFG (Universidade Federal de Goiás) sequenciaram, pela primeira vez, o genoma de uma espécie nativa do Cerrado: o ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus).
Uma possível aplicação do sequenciamento genômico do ipê-roxo é auxiliar órgãos ambientais na análise para combater a exploração clandestina de madeira. A genotipagem pode auxiliar os órgãos ambientais a rastrearem as árvores exploradas ilegalmente.
Segundo o físico Orzenil Silva-Junior, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, o ipê-roxo foi escolhido pela sua importância ecológica no bioma, por já contar com informações técnicas importantes (caracterização molecular e análise filogeográfica preliminares), e também pelo grande acervo de material biológico adquirido graças à ampla coleta realizada pela professora Rosane Collevatti, do Laboratório de Genética & Biodiversidade da UFG.
Não é apenas a beleza do ipê-roxo que atrai os olhares dos mercados nacional e internacional. Trata-se de uma árvore que fornece madeira densa, de alta qualidade e resistente ao ataque de insetos e à ação do fogo.
Todos esses predicados fazem com que o ipê seja conhecido hoje como o novo mogno, muito utilizado na fabricação de pisos, decks e assoalhos, principalmente nos Estados Unidos.
A pesquisa foi artigo publicado na revista GigaScience, da Universidade de Oxford, Reino Unido. O estudo teve apoio financeiro da Fapdf (Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).