Lixo de 58 países vira arte e questiona descarte nos oceanos

10/11/2016 00:00 / Atualizado em 07/05/2020 04:25

Em “Brotes”, artista transforma em plantas escovas de dente jogadas no mar[/img]

Foi essa lixeira flutuante de resíduos de plástico chegando à costa de Sian Ka’na – paraíso caribenho ao sul de Cancún, na península mexicana de Yucatán, maior reserva protegida pelo governo federal do México e Patrimônio Mundial da Unesco – que chamou a atenção do mexicano Alejandro Durán, radicado em Nova York.

O artista coletou parte desse lixo e identificou o país de origem de algumas embalagens, como garrafas de detergentes, latas de alimentos, frascos de desodorantes e sprays: elas vêm de 58 nações das Américas do Norte e Latina – do Brasil, inclusive –, da Europa, da Ásia, da África e da Oceania.

E transformou o lixo na série fotográfica Washed Up, na qual retrata materiais coloridos imersos na paisagem – às vezes, distribuindo os objetos da maneira as ondas fariam; em outros momentos, representando-os como algas, frutas, raízes ou rios, refletindo a infiltração do plástico no meio ambiente natural.

“Mais do que criar uma paisagem surreal ou fantástica, essas instalações espelham a realidade da nossa atual situação ambiental”, diz. A alquimia da coletânea, completa, reside não só na transformação do cenário numa lixeira, “mas no potencial do projeto para sensibilizar e mudar a nossa relação com o consumo e o desperdício”.

Por QSocial