Metais na fumaça do cigarro contaminam estrutura dentária

De acordo com a cirurgiã-dentista Jéssica Dias Theobaldo, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade de Campinas (Unicamp), metais como chumbo, níquel, cádmio e arsênio, presentes na fumaça dos cigarros, contaminam a estrutura dentária. Outras pesquisas sobre o tema, usadas no experimento de Jéssica, mostram que a estrutura dentária contaminada poderia atuar como depósito para essas substâncias cancerígenas e espalhá-las no organismo humano.

Segundo estudo da Unicamp, dentes podem servir como depósito dessas substâncias (Foto: Mac99/iStock)

A pesquisa apontou, ainda, que as substâncias da fumaça afetaram o tratamento dentário, prejudicando, por exemplo, a adesão da resina à dentina do dente tratado. Segundo Jéssica, a exposição da estrutura dentária à fumaça de cigarro diminuiu a capacidade de colagem dos sistemas adesivos usados no tratamento de restauração. Essas colas adesivas são empregadas para agregar a resina à dentina, tecido avascular e mineralizado que forma o corpo do dente a ser tratado.

“A nossa pesquisa sugere que as restaurações realizadas em pacientes fumantes possam ter uma durabilidade menor. A própria experiência clínica demonstra que os pacientes fumantes têm muitas cáries de raiz, região onde a dentina fica exposta. Isso exige, portanto, um maior acompanhamento pelo cirurgião dentista em pacientes com esse histórico”, recomenda a pesquisadora da Unicamp.

Via CMais