Método de ensino de professor de SP prende a atenção dos alunos
As aulas ministradas pelo professor Jarbas Luiz de Noronha Filho em São José dos Campos (SP) fogem do padrão visto em muitas escolas. Seus alunos são desafiados em inusitadas experiências científicas e acabam assimilando conceitos complexos de um jeito mais divertido.
Ele é um dos professores mais admirados pelos estudantes do sexto ao nono anos do ensino fundamental do colégio Poliedro. Isso porque Jarbas considera métodos tradicionais, como o quadro negro repleto de fórmulas e explicações de física, ciências e química, já ultrapassados.
Para o professor de laboratório dessas disciplinas, não é preciso aprender primeiro o conteúdo, para depois realizar experimentos relacionados. Ele acredita no oposto. “É mais fácil aprender os conceitos físicos colocando a mão na massa do que decorando”, diz. “Acabamos com a distância entre o quadro negro e realidade.”
- Entenda o que é aprendizagem adaptativa e quais suas vantagens para tornar o ensino mais eficaz
- SP abre 1.145 vagas em cursos gratuitos na área da cultura
- E-books gratuitos da USP ensinam italiano para brasileiros
- 16 cursos gratuitos online oferecidos pela Unicamp: veja lista
Seus alunos vão ao laboratório, muitas vezes, sem ter estudado a parte teórica. Ali, são estimulados a buscar soluções e a entender a teoria de forma prática. As aulas contam com música, foguetes, garrafas que explodem e aquários gigantes.
Explicações explosivas
Para entender densidade e volume de líquido deslocado (conceito em que, ao colocar um objeto na água, a quantidade de líquido que subir representa seu volume exato), por exemplo, os alunos tiveram que descobrir quais cubos coloridos iriam flutuar. Eles não poderiam ser colocados na água –a descoberta foi feita por meio de cálculos.
Daí, os estudantes avançaram para calcular o volume de corpos irregulares, como, por exemplo, o corpo humano. Para realizar o experimento, um aluno entrou no aquário.
O professor também desenvolveu uma miniatura de ônibus e estação espaciais e lançou um desafio aos estudantes: o de resgatar o astronauta da estação espacial, que corria perigo. Para isso, o personagem deveria ser liberado da estação no momento exato da chegada do ônibus espacial.
A turma teve de desenvolver todo o raciocínio para alcançar o resultado. Quando os estudantes erravam os cálculos, a espaçonave batia na estação espacial ou o astronauta ficava perdido no espaço.
Jarbas realiza anualmente, ainda, uma aula sobre pressão positiva em que os estudantes literalmente destroem garrafas. Ele também criou uma brincadeira de cabo de guerra usando o vácuo, para ensinar pressão atmosférica.
“A aula de laboratório é facilmente mais atrativa para o estudante, no entanto, é muito mais complexa”, crê o professor. “É preciso realmente criar uma conexão entre o conhecimento e a experiência.”