Microsoft destina US$ 25 mi para ajudar pessoas com deficiência
A Microsoft anuncia neste mês, durante seu evento anual para desenvolvedores –que começou no último dia 7– um novo programa chamado IA para Acessibilidade. O projeto envolvendo inteligência artificial tem duração de cinco anos e oferecerá US$ 25 milhões para ajudar mais de um bilhão de pessoas com deficiência em todo o mundo.
A ideia é incentivar e subsidiar desenvolvedores, ONGs, universidades e pesquisadores para que direcionem o trabalho a esse público, com foco em três desafios: emprego, conexão humana e vida moderna.
Do projeto, podem ser criados “aplicativos inteligentes que visualizam, ouvem, falam, entendem e interpretam as necessidades das pessoas”, explicou a gerente-geral da Microsoft no Brasil, Paula Bellizia, em publicação no LinkedIn.
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Laboratório especial
O engenheiro carioca Henrique Malvar, conhecido como Rico e criado em Brasília, é quem comanda o grupo de pesquisas NeXt Enable da Microsoft AI and Research –a unidade de pesquisa e desenvolvimento da empresa que desenvolve projetos de acessibilidade.
Nesse laboratório, foi desenvolvido o Soundscape, um app capaz de ajudar deficientes visuais, por meio de um fone, a se localizarem enquanto caminham. A ferramenta, ainda inédita no Brasil, utiliza uma técnica de som 3D para indicar quando o usuário deve virar à direita ou à esquerda, como um GPS, e informa nomes de ruas e lojas.
Outra ferramenta já criada é o Eye Control, que permite ao deficiente físico movimentar uma cadeira de rodas com o olhar. O sistema vem sendo aprimorado desde 2014, quando a Microsoft lançou uma maratona de programação interna para ajudar o ex-jogador de futebol americano Steve Gleason a superar suas restrições de mobilidade causadas pela esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa incurável.
No Brasil, uma equipe da empresa está testando um programa que conecta um sistema de comandos oculares a uma cadeira de rodas motorizada. O intuito é possibilitar ao cadeirante salvar uma sequência de comandos oculares, como o trajeto da sala ao quarto, para que possa ser reproduzido por meio de um atalho.
Já o app Tradutor é voltado aos deficientes auditivos e usa reconhecimento automático de voz para converter a linguagem falada –mesmo a gaguejada– em texto fluente e pontuado em mais de 15 idiomas. A ferramenta pode ser usada no PowerPoint Translator, que insere uma legenda automática embaixo de slides de apresentação, ajudando o deficiente auditivo a ter acesso ao conteúdo simultaneamente às pessoas ouvintes.
“Ainda no Office, temos o add-on Learning Tools. Durante a leitura de um documento, esse recurso vai destacando as palavras uma por uma, auxiliando uma pessoa que tenha dislexia, autismo ou outro tipo de dificuldade mental”, disse Bellizia.
Com informações do LinkedIn