MIT cria caneta que detecta sinais precoces de Alzheimer e Parkinson
Quando pacientes com suspeita de Alzheimer ou Parkinson consultam um especialista, frequentemente são convidados a desenhar um relógio analógico com os ponteiros apontando para uma hora específica do dia. O teste, que há mais de 50 anos vem sendo utilizado para medir funções cognitivas, nos últimos nove anos foi aplicado por pesquisadores dos Estados Unidos com uma caneta digital.
Com base nessa coleção considerável de dados que mostram como o usuário desenha e como os traços são feitos, pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) desenvolveram um software que pode reconhecer com precisão sinais precoces dessas doenças cerebrais. A caneta esferográfica digital mede a posição perante o papel 80 vezes por segundo e usa uma câmera embutida para capturar e analisar informações como os movimentos e as hesitações das pessoas.
- Olímpia é destino certa para férias em família no interior de SP
- Como manter o equilíbrio alimentar nas celebrações de fim de ano?
- A verdade sobre a vitamina C: entenda quando e como o excesso faz mal ao corpo
- Trem turístico vai ligar Rio de Janeiro e Minas Gerais
Segundo os pesquisadores, pessoas saudáveis, por exemplo, gastam um pouco mais de tempo pensando no que desenhar do que realizando a atividade. Pacientes com problemas de memória, como os que possuem Alzheimer, demoram muito mais tempo pensando, e pacientes com tremores nas mãos, como os com Parkinson, tentem a se alongar mais no processo de desenhar.
Nos testes, o novo método se mostrou mais preciso, já que o médico pode levar em consideração o processo de elaboração e não apenas o desenho final. “A análise é automatizada e objetiva”, afirma Cynthia Rudin, uma das responsáveis pelo projeto, ressaltando que, com a caneta digital, “é possível obter resultados rápidos e com mais precisão”.
Depois de provar a eficácia do projeto, a ideia da equipe é desenvolver uma interface que permita que neurologistas e não especialistas consigam utilizar a tecnologia. “O trabalho está numa fase inicial, mas tem potencial para detectar melhor as doenças e economizar tempo”, avalia. “Este é um caso em que a inteligência artificial pode fazer uma diferença relevante”, conclui Randall Davis, que também participou do estudo.
Por QSocial