Moradores de rua receberão cobertor impermeável reciclado
No mês que vem, 1.100 moradores de rua terão seus cobertores substituídos. Saem os tradicionais, entram os com capa impermeável. Eles ganharão ainda uma “sacochila”, para guardar, além do cobertor, itens de higiene pessoal e alimentos.
Tanto a manta quanto a sacola são feitos com tecidos que seriam jogados no lixo, como uniformes. Mas são entregues para o negócio social Retalhar, que recebe, higieniza, descaracteriza (tira bordados e logos que possam identificá-los) e reutiliza o material.
A proposta de fazer algo especial para os moradores de rua nasceu da ONG Entrega por SP, que comemora três anos em 2016. A organização, que conta com 150 voluntários, distribui itens como pasta e escova de dentes, água, sanduíche e sabonete, além de roupas, calçados e mantas por sete rotas na capital paulista. Como a parceria com a Retalhar tem quase um ano, as equipes da organização e da empresa começaram a trabalhar em soluções.
- Sesc Santo André tem programação para crianças com foco no desenvolvimento integral na primeira infância
- Madrugada fria faz vítima em São Paulo; veja como ajudar
- São Paulo tem projeto habitacional para população em situação de rua
- Saiba como doar agasalhos para moradores de rua de São Paulo
O cofundador da Retalhar, Jonas Lessa, 24 anos, explica que a demanda por um cobertor diferente partiu dos próprios moradores de rua. Segundo eles, o tecido absorve a água da chuva e isso faz com que tenha a durabilidade reduzida, além de pesar muito mais quando está encharcado. A capa permitiria que o item tivesse vida útil maior.
Jonas conta ainda que a ideia é que os moradores de rua troquem os cobertores quando eles começarem a desgastar. “Estamos apostando em um sistema de logística reversa.”
O design das peças foi feito pela equipe da Retalhar. Para custear a elaboração do cobertor e da “sacochila”, que será feita por costureiras da periferia de São Paulo, a ONG fez campanha em uma plataforma de financiamento coletivo. Pediram R$ 30.618. Conseguiram R$ 37.904.
A iniciativa despertou o interesse de outras ONGs pelo material, segundo Jonas. Ele explica que, por questão de capacidade de produção, a empresa de gestão de resíduos têxteis aceitará pedidos a partir do ano que vem.
Por QSocial