Movimento cria novo modo de viver nas grandes metrópoles

O tema da moradia em grandes cidades do Brasil tem ficado cada vez mais evidência devido as dificuldades em manter a qualidade de vida, a segurança, e ainda encontrar bons lugares com preços acessíveis nos centros urbanos. Entre os movimentos que tentam resolver apontar alternativas para essa questão, o Cohousing está ganhando forma no país com o aparecimento de moradores interessados em construir comunidades intencionais.

“O termo é usado para designar um grupo de pessoas se unem para morar perto, em suas próprias casas e compartilhar espaços comuns com várias atividades, que elas mesmas decidem. Há uma intenção de criar laços comunitários e usufruir da convivência amiga, preservar a privacidade e evitar a solidão”, explica arquiteta e urbanista, Lilian Avivia Lubochinski, 65.

Habitação comunitária na cidade de Freiburg, na Alemanha

Na grande São Paulo, já há um grupo se organizando para construir casas com esse modelo na Granja Viana, região oeste da cidade. “Temos um terreno em vista e agora os envolvidos estão comprometidos em tecer o ‘combinado’, como aprender as técnicas de convivência e criar confiança”, conta Lubochinski.

O conceito que nasceu na Dinamarca, em 1964, com o arquiteto Jan Gudmand-Hoye, já é aplicado em cidades dos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra.

“O Cohousing é um modo mais inteligente e inclusivo de estar no planeta. Dá pra ter uma casa menor, fazer compras coletivas, manter uma horta, compartilhar carros, construir com mais sustentabilidade”, diz a arquiteta.

Concepção artística de um cohousing em Newcastle, na Inglaterra

Ela também não descarta as dificuldades desse sistema. “Onde tem gente tem conflito. No entanto, nós nos preparamos para restaurar e acolher por meio de ‘Sistema Restaurativo’, aprendemos CNV (comunicação não-violenta), e vamos funcionar de modo auto gerido, não-hierárquico”.