Música de Beethoven pode ajudar no controle do câncer de mama
Diversas pesquisas já apontaram os efeitos benéficos da música clássica à saúde. Mas um estudo inovador da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) sugere que ela também pode ser uma grande aliada no tratamento do câncer de mama.
Para o estudo, os pesquisadores do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho submeteram uma cultura de células MCF-7, ligadas ao câncer de mama, a obras como a “5ª Sinfonia”, de Ludwig van Beethoven, “Atmosphères”, de Gyorgy Ligeti, e a “Sonata para 2 Pianos em Ré maior”, de Mozart.
De acordo com os pesquisadores, quando as células MCF-7 foram expostas às obras de Beethoven e de Ligeti, Um em cada cinco delas morreu. A composição de Mozart não provocou nenhuma alteração nas células.
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O fato de Mozart não ter provocado nenhuma reação é curioso, já que suas composições estão entre as mais utilizadas na musicoterapia. Já foi descrito na literatura que a “Sonata para 2 Pianos” diminui o número de ataques epiléticos e aumenta a capacidade de memória em pacientes com Alzheimer.
Nesse caso, porém, nada de especial aconteceu. “Pode ser que a música de Mozart gere efeitos apenas em neurônios, mas não em outros tipos de célula”, sugere Márcia Capella, coordenadora do estudo.
Como o ciclo de duplicação da célula MCF-7 dura aproximadamente 30 horas, os pesquisadores fizeram um intervalo de dois dias entre a sessão musical e o teste dos seus efeitos. “Neste prazo, 20% da amostragem morreu. Entre as células sobreviventes, muitas perderam tamanho e granulosidade”, disse a pesquisadora ao jornal “O Globo”.
Os cientistas também fizeram testes com a MDCK, uma célula não-tumorigênica, e com linfócitos, e elas não responderam a estes estímulos sonoros.
“Ainda precisamos estudar melhor os mecanismos destes efeitos, ou seja: porque apenas alguns tipos de células são sensíveis a estas músicas? E por que apenas alguns tipos específicos de músicas provocam efeitos?”, disse Márcia.
A ideia é que, no futuro, o grupo possa criar sequências sonoras específicas para ajudar no tratamento do câncer. Mais para frente, eles pensam em expandir o leque de ritmos musicais a serem utilizados, entre eles samba e funk.
Com informações do “O Globo” e do Programa de Oncobiologia