Nanotecnologia pode substituir a quimioterapia convencional

Qualquer pessoa que conheça alguém em processo de quimioterapia sabe que as drogas têm um efeito danoso sobre o corpo. Essa é uma razão pela qual os cientistas vêm tentando desenvolver melhores meios de administração de drogas há anos.

Agora, a equipe de pesquisa do Technion (Instituto de Tecnologia de Israel) descobriu uma forma de melhorar a difusão de drogas para tumores usando partículas de silício poroso nanoestruturado (PSi) –em vez do gotejamento intravenoso–, um método que está surgindo como uma nova e promissora plataforma para a difusão de medicamentos.

No futuro, o PSi pode ser usado no tratamento de câncer, potencialmente oferecendo uma alternativa à quimioterapia tradicional, que é conhecida por seus efeitos colaterais adversos.

Células humanas

Os “transportadores” de silício usados nesse estudo para levar as drogas da quimioterapia se comportam nos tumores cancerígenos de forma diferente da observada nos tecidos saudáveis. Portanto, as descobertas poderiam ajudar os cientistas a projetar nanotransportadores que levem os medicamentos até os tumores, em vez de tratar os pacientes com a quimioterapia intravenosa tradicional. No entanto, seriam necessários muitos anos para o desenvolvimento e a aplicação desse novo método de difusão de drogas, que potencialmente seriam administradas de forma oral.

Até o momento, os “contêineres” de nanossilício foram estudados in vitro –fora de um organismo vivo–, em vez de em um ambiente que se comporta de forma mais semelhante àquele de um tumor no corpo de um paciente de câncer.

Células cancerígenas

Os pesquisadores do Technion observaram o que acontece às partículas de PSi quando são injetadas na área em torno do tumor em ratos. As significativas diferenças na área em torno do crescimento canceroso e o tecido saudável normal foram amplamente descritas e estudadas. No entanto, o efeito sobre esses “contêineres” de silício poroso, ou transportadores, era desconhecido até então.

“(A equipe) mostrou, pela primeira vez, que os biomateriais, em geral, e o silício poroso nanoestruturado, em particular, comportam-se de maneira diferente quando são injetados (ou implantados) no microambiente do tumor”, disse a professora Ester Segal, do Technion, que lidera o estudo em conjunto com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Escola de Medicina de Harvard, ao site NoCamels.