Nas mãos de artesãs, material que ia pro lixo vira brinquedo
O Dia das Crianças está chegando e, com ele, inevitáveis pedidos de presentes. Mas, neste ano, que tal apostar numa ideia nova e, de quebra, incentivar seu filho a refletir sobre sustentabilidade? É isso que a Rede Asta – negócio social que capacita artesãs de comunidades a incrementar com design produtos feitos à mão a partir de resíduos – propõe na sua nova linha de brinquedos.
A ideia, conta Rosane Rosa, sócia e diretora de marketing e varejo, surgiu dos próprios clientes: “Nas lojas de Laranjeiras e Ipanema [no Rio], as crianças sempre observavam, com grande curiosidade, nossos produtos feitos de garrafas PET e latinhas de refrigerante. Isso nos inspirou a transformar esses materiais em produtos que pudessem atender esse público”.
Foi quando a equipe de desenvolvimento da Rede Asta se reuniu com as artesãs Lu Caetano e Regina Gomes, do grupo Fios Coloridos, para pensarem juntas em brinquedos que usassem a garrafa PET, material que elas já usavam para confeccionar outras peças de decoração, como luminárias. No processo criativo, surgiu primeiramente o bilboquê e na sequência o vai-e-vem.
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“Vimos que havia algo de relevante nascendo e revivemos nossa própria infância. Fomos buscar esses brinquedos antigos, que brincávamos nas ruas, praças, entre amigos, sempre com grande interação. A alegria do grupo e da equipe em cocriar essas peças foi um motivador a mais para que juntas levássemos à frente a ideia dos brinquedos artesanais antigos feitos à mão, que trariam um aspecto bem diferente para as crianças de hoje, tão acostumadas ao jogo eletrônico e à internet.”
Da mesma forma, pondera Rosane, “essa nova proposta conversaria com a criança que mora no coração dos adultos… pais, tios, avós, que viveram esses jogos em sua própria infância”. A artesã Regina, ao testar os brinquedos criados por ela, confidenciou que se lembrou de sua própria infância e constatou que tinha brincado pouco. “Agora é possível para ela e quem quiser resgatar essa vivência.”
Dos bilboquês e dos vai-e-vem, a Rede Asta partiu para corda, elástico, memória, peteca e outros acessórios de decoração, produzidos por 40 artesãs de oito grupos. “Com o nascimento da linha e o resultado final, nos empolgamos ainda mais e fomos pesquisar mais itens para nossa coleção, mantendo o foco em brinquedos antigos”, diz Rosane. Até dezembro, amarelinha, bola de meia e telefone sem fio serão acrescidos na coleção, que hoje tem 22 produtos.
Os artigos podem ser encomendados pela internet e, segundo a Rede Asta, quem comprar ainda neste mês tem garantida a entrega até o Dia das Crianças.
Para o bilboquê, as artesãs do grupo Fios Coloridos reaproveitam PETs. Elas limpam, cortam e montam a estrutura do brinquedo, em três formatos. Depois, usam a habilidade com fios para cobri-lo com cores vibrantes. R$ 35, nos modelos picolé, pirulito ou sorvetão.
A corda feita pelo grupo Divas da Criação é de sisal e os punhos levam revestimento em tecidos de algodão reaproveitado de sobras de confecções. R$ 23.
Também do Divas da Criação, o elástico é coberto com sobras de tecido com estampas infantis. R$ 23.
Para o jogo da memória, o grupo Artejor reaproveita revistas. As artesãs fazem canudos de folhas e depois enrola-os, formando peças circulares, que são envernizadas, para durarem mais. São nove pares de personagens, representando várias etnias. Vem em uma embalagem de garrafa PET com zíper. R$ 49,90.
Supercolorida, a peteca do Divas da Criação é feita com quatro penas de pato tingidas e corino revestido de tecido de algodão. O recheio leva areia, e o arremate é em bordado caseado. R$ 23.
No vai-e-vem, as artesãs do grupo Fios Coloridos também usam as garrafas PET como matéria-prima. São necessários 30 metros de fios para a confeccionar cada brinquedo, além de corda de nylon e argolas. R$ 45.
O saquinho traz um kit com três brinquedos: corda, elástico e peteca. R$ 59.
Por QSocial