No Dia do Doador, veja como o sangue vira transfusão
Hoje é o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue, mas o Brasil, infelizmente, não tem muito a comemorar. A Organização Mundial da Saúde recomenda que o número de doadores de um país seja de 3% a 5% do total da população; no entanto, segundo dados do Ministério da Saúde, o índice aqui não chega a 2%, o equivalente a 3,6 milhões de bolsas de sangue.
Mais do que um ato de cidadania, a doação de sangue é um processo simples e indolor. O doador chega com hora marcada, é cadastrado e passa pela pré-triagem, que tem como objetivo garantir que ele tenha condições de fazer a doação, inclusive para sua própria proteção. Verifica-se peso, temperatura, pressão arterial e se ele apresenta anemia.
Se nenhum problema for identificado, é feita a triagem clínica, com uma entrevista sigilosa sobre aspectos da vida pessoal do doador. “É claro que o sangue vai passar por diversos e rigorosos exames, mas, ainda assim, para evitar ao máximo qualquer tipo de contaminação, esta etapa é essencial no processo”, afirma Carlos Henrique Maciel, presidente do Hemoservice, um dos principais bancos de sangue privado de Minas Gerais. Depois disso, é feita a coleta.
Como a doação é anônima, a partir desse momento a bolsa de sangue não é identificada nominalmente, mas por um código de barras. O material passa pelo fracionamento, onde é dividido em concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, plasma e crioprecipitado (obtido a partir do plasma congelado). Cada um desses hemocomponentes é utilizado no tratamento de demandas específicas dos pacientes.
Paralelamente, uma pequena amostra de sangue coletada no momento da doação é usada para determinar o tipo sanguíneo, e outra, para a realização de uma série de exames para detecção de doenças contagiosas pelo sangue, como hepatites e HIV, etapa conhecida como triagem sorológica. Se todos os resultados determinarem que o material pode ser utilizado com segurança, ele é distribuído para hospitais e clínicas.
Por QSocial