Novo biovidro reduz risco de falhas em implantes de titânio

14/03/2015 00:00 / Atualizado em 06/05/2020 19:34

Pesquisadores do Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) desenvolveram um novo vidro com propriedades bioativas (biovidro) que, ao ser depositado sobre a superfície de implantes dentários e ortopédicos feitos de titânio, reduz o risco de falhas causadas por infecções bacterianas e acelera o processo de ligação dessas próteses metálicas com o tecido ósseo (osseointegração).

O novo material e o processo de deposição dele sobre a superfície de implantes foram patenteados e já despertaram o interesse de empresas do Brasil e do exterior.

Denominado informalmente de F18, o material é composto por sílica, cálcio, sódio, potássio, magnésio e fósforo, e possui as propriedades de acelerar a formação de tecido ósseo (osteoindutor), controlar inflamações (ação anti-inflamatória) e facilitar a formação de vasos sanguíneos (angiogênica) encontradas em determinados organismos vivos como o ser humano, por exemplo.

Uma das principais diferenças do novo material em relação ao 45S5 –o primeiro biovidro desenvolvido no mundo, na década de 1960– e outros vidros bioativos criados depois é que o F18 possui alguns elementos químicos que impedem sua cristalização e o tornam capaz de eliminar bactérias (bactericida). A maioria dos biovidros existentes hoje apenas detém a proliferação de determinados tipos de bactérias (são bacteriostáticos).

Pelo fato de não cristalizar facilmente, pode-se obter o material na forma de fibras longas e flexíveis (fibras bioativas) –que, segundo os pesquisadores, são as únicas fibras de biovidro existentes no mundo– além de outras formas complexas tridimensionais (3D).

Além de acelerar o processo de osseointegração, por ser bactericida o novo material também impede a fixação de bactérias na superfície de implantes, reduzindo a formação de biofilme –uma estrutura complexa, criada pelas bactérias, de difícil controle e tratamento– e gerando um ambiente no local da colocação do implante livre desses microrganismos.

Via Agência Fapesp