Novo biovidro reduz risco de falhas em implantes de titânio
Pesquisadores do Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) desenvolveram um novo vidro com propriedades bioativas (biovidro) que, ao ser depositado sobre a superfície de implantes dentários e ortopédicos feitos de titânio, reduz o risco de falhas causadas por infecções bacterianas e acelera o processo de ligação dessas próteses metálicas com o tecido ósseo (osseointegração).
O novo material e o processo de deposição dele sobre a superfície de implantes foram patenteados e já despertaram o interesse de empresas do Brasil e do exterior.
Denominado informalmente de F18, o material é composto por sílica, cálcio, sódio, potássio, magnésio e fósforo, e possui as propriedades de acelerar a formação de tecido ósseo (osteoindutor), controlar inflamações (ação anti-inflamatória) e facilitar a formação de vasos sanguíneos (angiogênica) encontradas em determinados organismos vivos como o ser humano, por exemplo.
Uma das principais diferenças do novo material em relação ao 45S5 –o primeiro biovidro desenvolvido no mundo, na década de 1960– e outros vidros bioativos criados depois é que o F18 possui alguns elementos químicos que impedem sua cristalização e o tornam capaz de eliminar bactérias (bactericida). A maioria dos biovidros existentes hoje apenas detém a proliferação de determinados tipos de bactérias (são bacteriostáticos).
Pelo fato de não cristalizar facilmente, pode-se obter o material na forma de fibras longas e flexíveis (fibras bioativas) –que, segundo os pesquisadores, são as únicas fibras de biovidro existentes no mundo– além de outras formas complexas tridimensionais (3D).
Além de acelerar o processo de osseointegração, por ser bactericida o novo material também impede a fixação de bactérias na superfície de implantes, reduzindo a formação de biofilme –uma estrutura complexa, criada pelas bactérias, de difícil controle e tratamento– e gerando um ambiente no local da colocação do implante livre desses microrganismos.
Via Agência Fapesp