O samba como instrumento de integração social em Taiwan
Quando o diretor Roberto Maxwell viu pela primeira vez as imagens do Dream Parade ficou desnorteado. “Era a cena de uma bateria tocando na frente de um templo daqueles chineses, bem característicos, cheio de cores e dragões”, relembra ele. A fonte foi um vídeo gravado por uma amiga e que foi passando de mão em mão até chegar ao diretor. “Já tinha gravado o Carnaval de Asakusa [em Tóquio], filmado mestre-sala e porta-bandeira em frente a portal de templo, mas nada era parecido com aquilo”, prossegue ele.
O cineasta carioca Roberto Maxwell, diretor do documentário “A Dream of Samba”[/img]
No documentário de 24 minutos, Maxwell registra as intenções dos fundadores e a salada multicultural que é o desfile que agrega artistas de países como a França, os Estados Unidos, o Japão e, é claro, Taiwan e Brasil. “É um caldeirão cultural, sem dúvida. Mas, o que me chamou a atenção de verdade foi o envolvimento dos indígenas”, explica o diretor.
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Taiwan, como várias ilhas do Pacífico, é o lar de diversas etnias que foram sendo assimiladas e tendo suas culturas destruídas a partir do contato com povos mais poderosos como os chineses e os japoneses. Estima-se que, atualmente, 2% dos taiwaneses seja originário de alguma das etnias aborígenes que habitava a ilha antes da chegada dos chineses, no século 17.
E, nesta luta, os aborígenes taiwaneses encontraram um aliado um tanto quanto inusitado: o samba. “Acredito que os brasileiros vão se surpreender. A gente sabe que a música brasileira é amada pelo mundo. Mas não conhece histórias do impacto que isso causa nas pessoas. O filme mostra uma dessas histórias”, aposta Maxwell.