Objetos de hospital apresentam grande quantidade de bactérias

16/05/2016 00:00 / Atualizado em 07/05/2020 03:11

Botões de elevador, teclas de caixas eletrônicos, relógio de ponto biométrico. Locais aparentemente inofensivos se comparados às salas de isolamento, laboratórios e contêineres de lixo infectado são, na verdade, porto seguro para uma miríade de micro-organismos que causam as temidas infecções hospitalares.

Foi utilizando uma tecnologia chamada sequenciamento de nova geração que uma equipe do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (IMT) da USP conseguiu identificar uma quantidade surpreendente de bactérias em superfícies frequentemente tocadas com as mãos dentro do Hospital das Clínicas, maior complexo hospitalar da América Latina, ligado à Faculdade de Medicina da USP.

Métodos modernos de biologia molecular, com equipamentos que conseguem ler rapidamente milhões de fragmentos de DNA ao mesmo tempo, permitem análises antes impossíveis de fazer.

O grupo de coletou amostras que resultaram na identificação de 926 famílias de 2.832 gêneros de bactérias. Algumas delas, como a Salmonella enterica e a Staphylococcus aureus, podem ser perigosas, inclusive, para pessoas saudáveis, como os familiares e servidores, “mas especialmente perigosos para os pacientes imunocomprometidos, como pacientes com câncer submetidos a quimioterapia, e transplantados e pacientes que são HIV positivo.

Os resultados do estudo, publicados no International Journal of Environmental Research and Public Health, foram encaminhados ao HC e a equipe já se colocou à disposição para fazer as análises novamente para avaliar melhoras na higiene. 

A pesquisa chama a atenção para a necessidade de compreender melhor as comunidades de bactérias nos hospitais e de investigar como esses agentes são transmitidos de lugar para lugar e de pessoa para pessoa.

O estudo sobre contaminação em ambiente hospitalar foi pontual, já que a investigação é mais ampla e quer explorar toda população bacteriana que possa representar perigo para a saúde pública. Outro trabalho recente do grupo utilizou as mesmas técnicas para analisar notas de dinheiro e encontrou diversos agentes patogênicos oportunistas.

Com informações da Agência USP de Notícias