ONG recicla flores de eventos e faz arranjos para lar de idosos

28/10/2016 00:00 / Atualizado em 07/05/2020 04:21

Arranjos de flores feitos pelos voluntários do Instituto Flor Gentil[/img]

A iniciativa surgiu com a florista e diretora de arte Helena Lunardelli, que costumava ouvir dos contratantes que as flores eram caras demais para serem jogadas fora.

Até que, em 2010, ela teve a ideia de reaproveitá-las. Separava o material, criava pequenos arranjos e enviava para moradias de idosos na capital paulista.

Começou a falar com amigos e colegas floristas e decoradores sobre o projeto. Dois anos depois, com a adesão de mais voluntários, criou a ONG.

Hoje a organização está sob o comando da diretora-geral, Cecília Maia, 44 anos. “Em 2013, estava em sabático após vender minha empresa, li uma reportagem e me envolvi”, conta.

Ela explica que o sistema de transporte, que antes era feito pela ONG, mudou para dar sustentabilidade ao projeto.

Agora há três opções: uma equipe da ONG retira o material, os donos da festa providenciam a entrega ou a organização indica uma transportadora especializada.

Um grupo de voluntários se reúne no galpão da instituição para triar as flores e as folhagens e montar os arranjos – a maioria com 5 cm x 10 cm de base.

“Tem que ser pequeno, porque o espaço no criado-mudo das moradias para idosos é limitado”, destaca Cecília, acrescentando que 34 instituições são atendidas.

Há produções maiores, que são destinadas a salas de TV, de convivência e de descanso, por exemplo.

Não há média de produção. Tudo, explica ela, depende do volume de flores que chegam em bom estado. “Nesta semana, recebemos 300 vasinhos. Uma vez, recebemos 300 orquídeas”, exemplifica.

A diretora-geral conta que já foi algumas vezes entregar os arranjos. Segundo ela, os moradores “estranham receber algo de graça”. “Muitos choram. Muitos pedem abraço. Saio com o coração apertado. Para mim, ainda é um pouco pesado”, destaca.

O trabalho com idosos deu à equipe know-how diferente. Não podem enviar arranjos com sementes, pois algumas pessoas podem comê-las. Também têm de tomar cuidado com o pólen dos lírios, que podem provocar alergia.

A ONG ainda investe na produção de arranjos para eventos de organizações sociais, como a AACD e a ABEM (Associação Brasileira de Esclerose Múltipla).

Para conseguir financiar o trabalho, Cecília adianta que serão criadas oficinas, como de jardinagem e artigos natalinos, e divulgadas no Facebook. Por ora é ela que arca com a maior parte dos custos fixos da ONG.

Quem quiser ajudar como voluntário pode enviar e-mail para [email protected]. Doações podem ser feitas neste link.

Por QSocial