ONG registra com escaner 3D monumentos ameaçados pela guerra

Por Cristina Luckner, da eduK

Dois inspetores alemães partiram para um passeio pelo mais famoso sítio arqueológico do Iraque. Nas ruínas da Babilônia antiga, não pareciam turistas, com roupas confortáveis e máquinas fotográficas penduradas no pescoço. Vestiam coletes à prova de balas e admiraram a beleza do local por outras lentes: a de um escaner 3D. Essas imagens teriam uma importância para além das curtidas nas redes sociais. Elas vão ajudar a preservar monumentos históricos ameaçados pela guerra.

Parte do Portão de Ishtar foi reconstruída com blocos originais no Museu Pergamon, em Berlim, na Alemanha

Durante quatro dias, Dirk Hausleigner e Erwin Christofori, escanearam com equipamentos a laser as muralhas do Portão de Ishtar, de 2.600 anos de idade, e o Templo de Nabu-sha-Khare, que foi parcialmente reconstruído (de maneira imprópria) na era de Saddam Hussein.

O uso da tecnologia em zonas de conflito configura-se em um esforço para coletar registros tridimensionais de patrimônios culturais e históricos, para preservá-los, ainda que em formato digital. A iniciativa foi do World Monuments Fund (Fundo Mundial de Monumentos), organização sem fins lucrativos, baseada em Nova York.

Grupo responsável pelo escaneamento das ruínas da Babilônia

A viagem aconteceu em 2010, antes da ascensão do Estado Islâmico e sua campanha implacável para destruir e saquear sítios arqueológicos no Iraque e na Síria.

Assista aos vídeos produzidos pelo World Monuments Fund com as imagens coletadas em 3D, divulgados pelo jornal New York Times:

Portão de Ishtar

Templo de Nabu-sha-Khare

A tecnologia, nesse caso, aliou-se ao passado para garantir o futuro.