Pai cria cadeira para dar autonomia à filha paraplégica

10/02/2017 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 20:06

Mario Fernandez Alvitti e sua mulher, Fernanda Teixeira, viram suas vidas mudarem do dia para a noite quando a filha, Ana Paula, de oito meses, foi diagnosticada com uma grave lesão medular não traumática, cuja causa ainda está sendo investigada.

Ela perdeu a sensibilidade tátil da cintura para baixo, não podia mais ficar sentada nem girar o corpo ou engatinhar. Estava paraplégica. Os meses seguintes foram de adaptação à nova realidade.

Ana Paula na Fly Children,  cadeira de 8,5 kg para crianças de um a quatro anos com mobilidade reduzida
Ana Paula na Fly Children,  cadeira de 8,5 kg para crianças de um a quatro anos com mobilidade reduzida

“Cada dia que passava, tínhamos mais certeza do quanto seria importante para ela o ganho de mobilidade, poder chegar sozinha até um brinquedo, explorar ambientes, jogar uma bola, brincar”, conta o pai.

Decidido a dar autonomia à filha, Mario procurou no mercado um equipamento que a ajudasse no seu desenvolvimento cognitivo e neuropsicomotor. Contatou fabricantes e entidade de apoio à criança com deficiência. Não encontrou.

Começou uma intensa pesquisa e contou com a ajuda financeira de amigos e familiares. Um ano depois, estava pronta a Fly Children, uma cadeira re rodas infantil de 8,5 kg para crianças de um a quatro anos com mobilidade reduzida, como paralisa cerebral ou  mielomeningocele.

“Se não fosse essa cadeira, minha filha, que está com três anos, só poderia rastejar ou ficar o dia todo em uma cadeira de rodas”, afirma o empresário, que acaba de patentear o produto e vai expô-lo na Feira do Empreendedor do Sebrae e na Reatech – Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade.

Agora, com a cadeira que fica na altura do chão e permite amplitude de movimentos com segurança, ela consegue se locomover de forma mecânica. “E, com os movimentos dos braços e mãos, tem autonomia para pegar seus brinquedos, jogar uma bola, brincar de frente com a gente e acompanhar as crianças da escolinha que frequenta.”

“Quando passei a ver vida nos olhos da minha filha, foi inevitável não pensar no benefício que isso traria a outras crianças”, afirma Mario, que já produziu seis cadeiras _ e doou todas. Mas algumas precisam ser vendidas para que a produção seja autossustentável, pondera. Ela custa R$ 2.000.

Por QSocial