‘Pai solo’ adota 5 irmãos de abrigos para que não se separem
Iniciativa é considerada exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação
Um “pai solo” brasileiro adotou cinco irmãos para que a família, que vivia em abrigos, não fosse separada. Todo o processo começou em 2012 e último filho foi adotado em abril deste ano. Os irmãos têm idades entre 12 e 19 anos.
Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.
“Adotei cinco. Se pudesse, adotaria dez”, disse o enfermeiro Uanderson Barreto, de 38 anos. De acordo com informações do site Só Notícia Boa, ele mora em Campos dos Goytacazes (RJ) e é servidor público. O “pai solo” conta que os irmãos estavam em abrigos por negligência dos pais biológicos.
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“Comecei visitando o abrigo e conheci o João. Me habilitei junto ao fórum e o adotei”, conta. Segundo ele, João tinha um irmão chamado Daniel, que tinha deficiência mental. “Me senti muito mal de tê-lo deixado lá. Voltei e adotei ele também.”
Barreto relembra que, após alguns meses, recebeu uma ligação de um outro abrigo dizendo que um dos irmãos dos meninos estava fazendo aniversário e se ele poderia ir até lá para que se encontrassem. “Fui e me sensibilizei muito por ele estar lá sozinho. Também dei entrada na adoção dele [Alexandre] e o trouxe pra casa.”
No Natal seguinte, Pedro e Leonardo –os irmãos que faltavam– começaram a ser acolhidos. “Hoje formamos a família mais feliz do mundo”, afirma o enfermeiro.
Eles vivem em uma casa alugada de dois quartos e todo o sustento e a educação dos garotos vem do salário de Barreto. “A gente vive um pouco apertado, mas dá pra gente viver”, conta, acrescentando que os meninos também auxiliam em casa. “Cada um tem uma tarefa, uma função. São meninos muito bons.”
“Sempre soube que minha família ia ser de filhos adotivos, maiores e meninos, que tinham dificuldade de adoção. Eu sempre soube que sofriam por serem preteridos”, diz o enfermeiro. “Eu queria ser pai e que esse projeto fosse individual meu, eu não queria relacionamentos. Eu queria ser pai solteiro e o fato de os meninos serem irmãos propiciou essa vontade de não separá-los, de trazê-los.”
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