Paulistanos transformam pontos viciados de lixo em canteiros
Ação é considerada exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação
Moradores da Vila Borges do Canto, no distrito do Itaim Paulista, no extremo leste da capital paulista, e da Vila Brasilândia, na zona norte, organizaram ações para restaurar pontos de descarte de lixo, criando canteiros com jardins e desenhos nas paredes.
Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.
Antes, os locais estavam repletos de lixo, entulho e até mesmo animais mortos, de acordo com informações do blog Mural, da Folha. Os participantes dos mutirões disseram que, no começo, a maior dificuldade foi a conscientização de que cada um é responsável pelo próprio lixo.
No Itaim Paulista, o eletricista Carlos Augusto Arruda, de 37 anos, e o pescador Cícero Antônio da Silva, de 50, iniciaram a mobilização de amigos e vizinhos há cinco meses. Arruda ajudou durante as folgas do trabalho. “Fiquei responsável por levantar as paredes do canteiro, rebocar, mexer massa.”
O canteiro foi implementado com recurso dos moradores, que doaram terra, mudas de plantas, tintas, tijolos, cimento ou mão de obra. “Começamos a vigiar e o pessoal parou de trazer resíduos para cá”, diz o porteiro Rafael Felipe Vieira, de 25 anos. O segurança Renato Santos, 35, pintou “emojis” na parede. “Aqui há muitas crianças. Quis fazer algo que fosse engraçado e de conhecimento de todos.”
Agora, a meta dos vizinhos é ampliar a ação e obter, por meio de um abaixo-assinado, equipamentos de ginástica e mesas de xadrez para as crianças.
Já na Brasilândia, a mudança aconteceu na rua do Farol, que recebeu pintura, colocação de bancos e plantas. O funileiro Lucas Gomes de Abreu, 25, colheu assinaturas para um abaixo-assinado que foi encaminhado para a prefeitura regional.
“Por mais que lutássemos conscientizando a vizinhança, pessoas de regiões mais distantes vinham e despejavam destroços e restos de toda ordem”, conta o pastor Enéias Rachid de Góes, de 60 anos, um dos responsáveis pela mudança. Agora, ele e a vizinhança podem aproveitar o espaço revitalizado.
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