Pesquisadores fazem ‘vaquinha online’ para desenvolver teste do zika
Um grupo de pesquisadores de três países –Israel, Reino Unido e Brasil– está arrecadando dinheiro pela internet para desenvolver um teste rápido e barato a fim de detectar com precisão a presença do vírus zika na saliva. Caso o estudo dê frutos, a promessa da equipe é tornar públicos, na internet e de forma gratuita, todos os resultados e métodos obtidos, para serem reproduzidos em qualquer parte do mundo.
O teste deve detectar o RNA (sigla em inglês para ácido ribonucleico) do vírus na saliva, caso a pessoa tenha sido infectada. Esse código molecular é uma espécie de identidade do zika, semelhante ao DNA (ácido desoxirribonucleico, em português), que é único para todos os organismos vivos. Essas sequências de genes, no entanto, têm partes semelhantes e podem confundir métodos de testagem.
Para isso, a primeira fase da pesquisa se dedicou a reunir todos os 40 mapeamentos de variedades do zika feitos no mundo até agora e a cruzar informações para saber que parte do RNA é inconfundível – ou seja, só tem nesse vírus específico, inclusive em comparação com humanos e o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
- Estudo mostra como a respiração pode avisar sobre câncer de pulmão
- OMS lista 17 doenças com prioridade máxima para o desenvolvimento de vacinas
- Câncer de mama: o que é o teste genético e quem pode fazê-lo gratuitamente?
- Fazer isto todos os dias pode elevar as chances de você desenvolver Alzheimer
Depois de conseguir isolar essa sequência genética, a ideia dos cientistas é usar uma tecnologia simples e barata para identificar a presença do Zika na saliva. De acordo com os pesquisadores, não é preciso usar qualquer equipamento, laboratório ou profissional altamente treinado. Basta que se colha uma amostra da saliva ou da excreção do nariz, se coloque em um pequeno tubo de plástico com um reagente químico e pronto: se ele mudar para a cor indicada, a pessoa tem o vírus.
A precisão e o custo baixo estão entre os principais fatores buscados no projeto, que são também os dois maiores defeitos dos testes usados atualmente para a detecção do zika e das outras arboviroses, dengue e chikungunya, de acordo com os estudiosos.
Com informações da Agência Brasil