Plantas da Caatinga podem ajudar no combate à dengue

19/01/2016 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 19:53

Duas plantas comuns na Caatinga –a cutia e a umburana– estão sendo estudadas por um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional do Semiárido por terem compostos que funcionam como biopesticidas no combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, do vírus zika e da chikungunya.

Os testes mostraram que os compostos dessas plantas são capazes de exterminar até 50% das larvas dos mosquitos, valor de referência para que sejam classificados como eficazes.

Árvore de umburana, planta da Caatinga que pode ser usada no combate ao mosquito Aedes aegypti
Árvore de umburana, planta da Caatinga que pode ser usada no combate ao mosquito Aedes aegypti

O coordenador da pesquisa, Alexandre Gomes, contou que desde 2011 um grupo de pesquisadores do Núcleo de Bioprospecção e Conservação da Caatinga vêm estudando plantas desse bioma em busca de substâncias com propriedades larvicidas contra o mosquito.

Os óleos essenciais da cutia e da umburana também são obtidos por meio do sumo da folha.

Os pesquisadores testaram os óleos essenciais de diversas plantas, seguindo o modelo definido pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Alexandre Gomes explicou que a grande vantagem de usar pesticidas vegetais, orgânicos, é que essas substâncias são mais seletivas e agem em pragas específicas. Os resultados dos testes mostraram que os óleos matam mais de 50% das larvas, número de referência na biologia para saber se um composto funciona.

Testes

Agora, para que esses óleos essenciais possam se tornar produtos comerciais, os pesquisadores estão investigando se só fazem mal aos mosquitos. “Apesar de ser um produto natural, precisamos saber até que dose podemos utilizar, até que ponto não fazem mal. Estamos em fase de teste de toxicidade para saber se não causam danos a células humanas e a outros organismos”, explicou. Segundo ele, os testes de toxicidade vão permitir que saibam a dose exata. “Ainda no primeiro semestre teremos os resultados”, acrescentou.

A expectativa do pesquisador é que no segundo semestre a equipe comece a buscar parcerias com a iniciativa privada para que esses óleos possam chegar ao mercado.

As plantas usadas foram coletadas no Parque Nacional do Catimbau, em Pernambuco, e também podem ser encontradas em Sergipe e no Espírito Santo.

Da Agência Brasil