Povos indígenas promovem Copa das Árvores

22/05/2014 00:00 / Atualizado em 06/05/2020 16:10

Nem estádios, nem grandes delegações ou importantes jogadores de futebol. No dia seguinte do último jogo da Copa do Mundo da Fifa, quem entra em cena é a Copa das Árvores.

O evento, que será realizado de 10 a 17 de julho, na Aldeia Kuntamanã,  no município de Marechal Thaumaturgo,  no Acre, reunirá diferentes etnias e ainda a comunidade extrativista e organizações governamentais e civis, para discutir  a importância da floresta dentro da concepção das culturas ancestrais.

“Para nós, essa é a copa da vida, pois a floresta é a morada de milhares de seres viventes”, diz Haru Kuntamanã, liderança indígena e também um dos organizadores do evento.

Compostas de diversas atividades, as rodadas da Copa das Árvores girarão em torno de cinco eixos diferentes: sustentabilidade, cultura, ambiente, espiritualidade e medicina.

Na parte de sustentabilidade, haverá uma feira de conhecimentos tradicionais, comércio justo e economia solidária para compartilhar o conhecimento dos povos das florestas na questão da soberania alimentar.

As manifestações tradicionais das comunidades extrativistas e também dos indígenas, compõem a parte cultural da festa. No quesito sobre o ambiente, será aberto um diálogo sobre as potencialidades da floresta e o uso sustentável dos recursos naturais, como a implantação da agrofloresta e formas naturais de plantio.

Para ilustrar o tema da espiritualidade, os anciões das comunidades vão explicar sobre a cosmologia indígena e a contextualização das plantas de poder. A sabedoria do uso da ervas para a cura será o tema da eixo medicinal.

“É claro que teremos também atividades esportivas como campeonato de arco e flecha, cipó de força, arremesso de lança e até jogos de futebol”, conta Haru. “Nós gostamos de futebol, mas para nós é diferente, porque ele não é prioridade. O que mais importa para gente é preservar a floresta, nossa casa sagrada.”