Prefeitura de SP estimula compostagem caseira

Para impulsionar e fomentar a elaboração de uma política pública que estimule a prática da compostagem doméstica na cidade, a Prefeitura de São Paulo está selecionando 2.000 domicílios para receber gratuitamente uma composteira. Também chamada de minhocário, ela é formada por caixas plásticas onde minhocas transformam restos de alimentos em adubo e biofertilizante líquido. Podem ser colocados nesse sistema, por exemplo, restos de frutas, legumes e verduras, cascas de ovos e borra de café.

É necessário ter um espaço de cerca de 60 cm x 40 cm x 90 cm e uma produção diária de resíduos orgânicos para participar. “Não exige muito tempo, são cerca de 20 a 30 minutos por semana. Só tem o trabalho de colocar na composteira e de fazer a troca das caixas uma vez por mês. O mais importante é a vontade de mudar os próprios hábitos e transformar a cidade”, explica Cláudio Spíndola, da Morada da Floresta. Parceira do projeto, a ONG estima compostar 300 toneladas de resíduos nos primeiros seis meses do projeto.

Lurdes Luna, 79 anos, moradora da região do CEU Casablanca, que usará a compostagem para adubar sua hortinha

Os selecionados deverão participar de três oficinas e de pesquisas sobre as dificuldades encontradas e as mudanças de hábitos, para fomentar a elaboração de uma política pública municipal que estimule a prática da compostagem doméstica na cidade. “A nossa meta é diminuir, em 20 anos, 80% do resíduo que vai para aterro hoje e ocupa espaço precioso na cidade, que deveria estar sendo usado para parques ou CEUs”, afirma o prefeito Fernando Haddad.

Quando depositados nos aterros sanitários, os resíduos orgânicos resultam em problemas ambientais, como a formação de chorume tóxico, que pode se infiltrar no solo e contaminar a água subterrânea. Diariamente, são enviados para o aterro sanitário 18.000 toneladas de resíduos, sendo 10.000 toneladas de resíduos domésticos, 5.000 deles orgânicos.

“Estamos falando em cerca de 50% dos resíduos que vão para os aterros e poderão ser desviados de lá se a população se engajar”, pontua Silvano Silvério, presidente da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana). “A compostagem em domicílio, além de ser uma ação cidadã, é também uma ação de consciência ambiental.”

Até 27 de julho, o portal Composta São Paulo aceita inscrições.

Por QSocial