Professores em SP aprendem a identificar distúrbios psicológicos

Professores da rede pública estadual de São Paulo aprendem a detectar sinais de distúrbios psicológicos nos alunos, como depressão, déficit de atenção, transtorno bipolar, por meio de um curso promovido pela Secretaria da Educação em parceria com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). O projeto Cuca Legal já chegou às escolas da capital, de Ribeirão Preto, Santos, Sorocaba e Taboão da Serra.

A ideia é expandir a capacitação para todo o Estado. Neste ano, 318 professores concluíram o curso, que é ministrado por psiquiatras, neurologistas e pedagogos. Em 2013, já haviam 90 capacitados.

O objetivo é que os profissionais saibam como abordar os estudantes, ofereçam ajuda e indiquem o tratamento na rede de saúde. O curso é destinado ao professor como mediador, um educador que já atua na identificação de vulnerabilidades no ambiente escolar e ainda desenvolve ações de prevenção e mediação de conflitos, como bullying e indisciplina.

Foto: mstroz/iStock

Em uma das etapas, por exemplo, os professores são estimulados a olhar com cuidado os alunos extremamente quietos. Os estudantes mais agitados costumam chamar a atenção facilmente, porém aqueles que falam pouco também podem ter algum conflito que não conseguem compartilhar.

O idealizador do projeto Cuca Legal, o psiquiatra Rodrigo Bressan, afirmou que entre 14% e 20% das crianças têm algum diagnóstico psiquiátrico identificável, que geralmente tem pequena gravidade, mas já seria o suficiente para atrapalhar o desenvolvimento do aluno. “Então é fundamental que se identifique os problemas para que se possa tratar precocemente e prevenir consequências mais graves”, disse.

Para o psiquiatra, as consequências incluem queda no rendimento escolar, acompanhada do sentimento de ser mau aluno; chance de sofrer bullying e ainda problemas de sociabilidade, em que o jovem fica sem amigos e limitado do ponto de vista social.

Se identificada tardiamente, “a doença tem maior chance de tornar-se crônica e persistir na idade adulta, além de tornar-se refratária [que não responde ao tratamento] com medicação ou terapia.  A intervenção precoce evita o uso de medicações”, acrescenta.

Via Agência Brasil