Projeto cria dispositivo para camuflagem de objetos

08/03/2016 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 19:55

Dispositivos eletrocrômicos são sistemas inteligentes capazes de alterar a cor de vidros. Bastante versáteis, podem ser construídos de diferentes maneiras, com diversos materiais e pensando-se em várias aplicações, como janelas de edifícios e retrovisores de carros.

As possibilidades de composição são inúmeras: desde moléculas orgânicas, géis poliméricos até filmes finos cerâmicos. Apesar de toda essa versatilidade e de já existir diversas utilizações em várias partes do mundo, as cores sempre ficam na faixa do azul, o que pode não ser bom para todas as aplicações.

Uma pesquisadora do Instituto de Química de São Carlos, no interior de São Paulo, desenvolveu um dispositivo eletrocrômico inédito, denominado camaleão, que possibilita alterar a cor do verde ao amarelo, em diversas tonalidades.

Os tons do verde ao amarelo permitem a camuflagem em ambientes como deserto, semi deserto, selva, terra ou montanha rochosa
Os tons do verde ao amarelo permitem a camuflagem em ambientes como deserto, semi deserto, selva, terra ou montanha rochosa

O dispositivo foi concebido pela professora Agnieszka Joanna Pawlicka Maule pensando-se na área militar, para a camuflagem ativa em luz visível (ou seja, mudança de cor adaptando-o para as cores do ambiente externo).

Os tons do verde ao amarelo permitem a camuflagem em ambientes como deserto, semi deserto, selva, terra ou montanha rochosa. Se o tanque estiver no meio de uma selva, o dispositivo camaleão vai “ler” a paisagem do entorno e mudará a cor da manta flexível (ou da tela ou da placa) para tons de verde, fazendo o tanque “misturar-se” com a paisagem. Mas se, em seguida, o tanque for deslocado para uma área desértica, o dispositivo camaleão vai honrar o nome que recebeu e mudará para tons amarelados, semelhantes aos do ambiente onde estiver, camuflando o tanque novamente.

Máquina fotográfica vai tirar fotos do entorno. Imagens serão transformadas em potencial elétrico e enviadas para o dispositivo
Máquina fotográfica vai tirar fotos do entorno. Imagens serão transformadas em potencial elétrico e enviadas para o dispositivo

“Já existe tecnologia para camuflagem em luz não visível, como infravermelho. Mas para luz visível é algo inédito”, diz a professora. Um vídeo demonstrando o funcionamento do dispositivo está disponível neste link.