Projeto inédito ajuda estudantes na recuperação escolar

Catalisa foi criado pelos alunos do Colégio Marista Asa Sul e já apresenta bons resultados

Por: Redação

Último bimestre do ano, período de provas finais, todos correndo para conquistar boas notas e não ficar de recuperação para poder curtir as férias com tranquilidade, mas nem sempre isso é possível. Pensando nisso, dois estudantes do Colégio Marista Asa Sul, de Brasília (DF), criaram um projeto para ajudar os alunos que não conseguem alcançar a média escolar. É o Catalisa, que alia a metodologia 300 e utiliza as novas tecnologias a favor da aprendizagem.

João Vitor Pires Garbulha e Bruna Grazziotin têm apenas 15 anos, cursam a 1ª série do ensino médio, mas demonstram uma empolgação diferenciada quando o assunto envolve solidariedade, empatia. E foi a partir de uma conversa com sua professora de química Daniela Trovão que eles tiveram a ideia de criar o Catalisa.

 Os alunos Bruna Grazziotin e João Vitor Pires Garbulh, 15 anos, criadores do Catalisa
Créditos: Divulgação
 Os alunos Bruna Grazziotin e João Vitor Pires Garbulh, 15 anos, criadores do Catalisa

A professora percebeu que boa parte de sua turma estava apresentando notas baixas e compartilhou essa informação com João Vitor e Bruna, que imediatamente começaram a pensar em uma forma para ajudar a reverter esse quadro.

Ao tomarem conhecimento da metodologia 300, baseada em aprendizagem ativa e colaborativa – criada em meados de 2013 pelo professor de cálculo Ricardo Fragelli, da UnB (Universidade de Brasília),  João Vitor e Bruna aliaram o método às novas tecnologias disponíveis –criaram uma conta no Google Classroom, um sistema de gerenciamento de conteúdo para escolas que procuram simplificar a criação, a distribuição e a avaliação de trabalhos.

O método funciona assim: o aluno que apresenta bom rendimento escolar ajuda o que não consegue atingir a média a partir da elaboração de conteúdos personalizados e na linguagem que só os jovens entendem. O material é disponibilizado na plataforma do Google Classroom, em encontros presenciais, lives e chamadas de vídeo. E o melhor de tudo é que, ao final de cada estudo, todos ganham, tanto quem ajuda quanto quem é auxiliado. “Quando o ajudado consegue ficar na média, o ajudante ganha pontos. É um projeto solidário, mas precisamos estimular a continuidade do projeto”, explica Bruna.

O projeto já foi testado e aprovado no colégio. Na penúltima etapa escolar, estudantes que fizeram a recuperação de Química e participaram do Catalisa obtiveram notas 6% mais altas do que as alcançadas pelos alunos que não participaram do projeto, ratificando a experiência feita na UnB entre alunos de Engenharia. Lá, o índice de aprovação melhorou de 50% para 95% em uma disciplina do ciclo básico do curso.

Matemática

Mas a experiência não para por aí. Depois de testado e aprovado em química, após autorização da coordenação da escola, João Vitor e Bruna vão estender o projeto para a disciplina de matemática. Seis turmas de 1ª série do Ensino Médio vão participar do Catalisa, desta vez para melhorar as notas parciais do trimestre e ficar bem longe da recuperação escolar.

“Já temos um grande número de inscrições e queremos formar grupos enxutos de estudo. E nosso objetivo agora é evitar que os alunos fiquem de recuperação. É um trabalho preventivo”, explica João Vitor.

E no próximo ano, a ideia do colégio é aplicar a metodologia em outras disciplinas e turmas. “É gratificante ver nossa metodologia conquistando novos espaços na área educacional. É como uma corrente do bem, que além de contribuir para melhorar o rendimento escolar desperta o olhar do estudante para o colega com dificuldades de aprendizagem”, avalia Ricardo Fragelli.