Projeto leva atendimento oftalmológico ao interior da Amazônia
A meta desta edição deste ano do projeto Oftalmologia Humanitária é realizar 200 cirurgias, sendo 150 de catarata
O projeto Oftalmologia Humanitária iniciou neste domingo mais uma ação no interior da Amazônia. Até quarta-feira, 11, um grupo de médicos fará atendimento oftalmológico gratuito a que não têm acesso a atendimentos clínicos e cirurgias.
Liderados pelo professor Rubens Belfort Jr., presidente do Instituto da Visão, oftalmologistas da entidade e da Unifesp se unem a profissionais da UFAM (Universidade Federal do Amazonas), Fundação Piedade Cohen, Marinha e Exército com o objetivo de realizar centenas de cirurgias oftalmológicas e milhares de atendimentos clínicos com doações de óculos pelo interior do Amazonas.
As equipes de voluntários, que incluem médicos oftalmologistas, anestesistas, clínicos gerais, residentes e estudantes de medicina, começara o atendimento no município de Urucará, situado entre Parintins, segunda cidade mais populosa do Amazoanos, com 114.273 habitantes, de acordo com estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2019, e a capital Manaus.
“A gente sempre faz essa mistura para botar os estudantes de medicina já entrosados”, destacou Belfort Jr. em entrevista à Agência Brasil. Desta vez, a equipe tem reforço de dois pesquisadores da Alemanha e Estados Unidos.
Meta
Belfort Jr. disse que a meta desta edição é realizar 200 cirurgias, sendo 150 de catarata, e 2 mil exames de pacientes para receber óculos. No ano passado, foram atendidos moradores dos municípios de Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã, Borba e Nova Olinda do Norte, com mais de 400 cirurgias, 2 mil atendimentos clínicos e 5 mil pares de lupas doadas.
Este ano, a rota se limitará aos municípios de Parintins, onde serão visitadas sete comunidades, e Urucará.
O projeto Oftalmologia Humanitária foi criado na década de 1990, a partir de iniciativa do professor de medicina da Universidade Federal do Amazonas, Jacob Moysés Cohen. Desde a primeira edição do projeto, em 1991, foram feitas cerca de 12 mil cirurgias de catarata, 70 mil atendimentos e entregues mais de 20 mil óculos à população do interior amazonense.
O presidente do Instituto Visão salientou que mais de 90% dos oftalmologistas do Amazonas estão em Manaus.
“Dois milhões de habitantes do interior do estado têm apenas dez oftalmologistas. As pessoas, para conseguir um óculos, andam oito horas de barco e, aí, entram na fila do SUS. É uma carência muito grande. Com frequência, a gente opera pessoas que estão cegas há muitos e muitos anos porque não tiveram oportunidade de operar catarata”.