Projeto fotográfico desconstrói as fantasias carnavalescas

19/01/2015 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 19:23

Apaixonado por Carnaval, o videografista Ramon Moreira, 34 anos, saiu com uma câmera no pescoço e mochila nas costas para registrar fantasias e personagens da festa do Rei Momo, no Rio de Janeiro. Com isso, nasceu o Construindo Fantasias, projeto que teve início em 2011 e continua até hoje em andamento.

Durante esses anos, o fotógrafo percorreu blocos pelas ruas cariocas e postou as imagens em preto e branco nas redes sociais. Encorajado pelos foliões a continuar o projeto, Ramon teve a ideia de transformar as fotos em um livro.

Após três Carnavais entre blocos e foliões, o videografista decidiu comparar as fotos capturadas pelas ruas com imagens produzidas em estúdio, mas, desta vez, com apenas um adereço, deixando os corpos das pessoas praticamente nus. O conceito por trás do ensaio era justamente refletir sobre a liberdade carnavalesca e as fantasias que vestimos todos os dias.

Com o conceito determinado, o fotógrafo convidou as pessoas a posarem com apenas uma peça de roupa e, logo que atingiu 100 respostas positivas, decidiu que era o momento de partir para o estúdio e iniciar a segunda parte do ensaio. No entanto, em abril de 2013, um problema de saúde levou Ramon a uma operação para a retirada de um cavernoma –uma má formação vascular cerebral.

Diogo
Diogo

Após oito meses de recuperação, ele retornou ao estúdio para iniciar a segunda fase do projeto, capturando corpos adornados por apenas um elemento das fantasias retratadas na primeira parte. Quando voltou às ruas para o carnaval, o fotógrafo fez mais convites e conseguiu ainda mais participantes para o ensaio.

Ao todo, Ramon Moreira acumulou 170 ensaios realizados nos estúdios da produtora 24P Cinema Digital, em Santa Teresa. Já com o site do projeto, ele se prepara para o quinto e último carnaval no Rio de Janeiro que fará parte da série “Construindo Fantasias”.

O projeto resultará em um livro e uma exposição com data prevista para o carnaval de 2016. Todo o lucro gerado será doado aos pacientes portadores da mesma doença de Ramon, no Centro de Estudos e Pesquisa Paulo Niemeyer, ligado ao Instituto do Cérebro.

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