Projeto envolvendo tranças ajuda mulheres sem renda do Rio
Projeto é considerado exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação
O projeto social Trança Terapia, criado no Rio de Janeiro com o objetivo de melhorar a renda e a autoestima de alunas por meio da elaboração de tranças, formou mais de 400 pessoas em seus três anos de existência.
Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.
A iniciativa foi de Gabriela Azevedo, de 31 anos, de acordo com informações do site G1. Quando ficou desempregada, tinha de criar dois filhos sozinha e superar a falta de auxílio familiar. Assim, fazer tranças foi a única alternativa. Ela fez da arte de entrelaçar cabelos uma espécie de terapia e fonte de renda.
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Para a criação do projeto social da zona oeste da capital fluminense, foi um pulo. No programa, há o curso de trancista, batizado de Trança Ação. O treinamento só aceita mulheres desempregadas ou aposentadas com mais de 65 anos de idade, com dois filhos ou mais, sem renda para sustentar a família ou necessitadas de apoio financeiro e psicológico.
“Não é simplesmente um curso para aprender a fazer tranças, mas um local onde essas mulheres recebem o apoio que não tive e que se redescobrem fortalecidas, capazes e empoderadas”, explicou Azevedo. “Além de resgatar a autoestima, elas aprendem um ofício e ainda podem obter uma renda para cuidar da família.”
“Padrinhos”
Um dos pré-requisitos para ter o cadastro aceito no Trança Terapia é ter um “padrinho”, ou seja, alguém para prestar apoio e bancar alimentação, transporte e material das aulas (cabelos artificiais, lãs de cores diferentes e cosméticos), já que o curso de três meses é gratuito.
Graças às tranças, a carioca conseguiu se formar em história e se prepara para uma pós-graduação. Ela já fazia tranças desde os 16 anos, mas só três anos depois passou a fazer da arte uma profissão. Atuou em vários salões no Rio e em Brasília –onde morou por dez anos, enquanto esteve casada. Estava grávida do segundo filho quando se separou do marido e decidiu voltar para o Rio.
Seus pais, porém, não a aceitaram de volta. A trancista teve de ir morar com uma prima e foi amadurecendo o projeto. O Trança Terapia começou com seis a dez alunas e, hoje, recebe 25 mulheres, que recebem orientações com psicóloga e instruções técnicas e históricas. Há, ainda, uma linha de cosméticos especial para tranças, criada dentro do projeto.
Leia a reportagem completa no G1