Projeto une paixão por azeite e reabilitação de pássaros em MG
Foi pensando na crença de que “se não podemos transformar o mundo todo, começamos com as próprias mãos ao nosso redor”, que o economista juiz-forano Nélio Weiss, 59 anos, decidiu abandonar a carreira bem-sucedida de executivo para desenvolver um projeto ambiental, que une agricultura sustentável, reflorestamento e reabilitação de aves, e ainda a produção de azeite e azeitonas artesanais.
Localizado no município mineiro de Aiuruoca, vizinho do Parque Estadual Pico do Papagaio, Área de Proteção Ambiental (APA), o projeto teve início em 1999, com a primeira muda de árvore plantada na Fazenda Caminho do Meio, que, até então, exibia uma paisagem árida e desértica, resultado de queimadas e devastações do passado. Após a restauração da biodiversidade da Fazenda, surgiu o projeto com as aves.
“Fiz uma viagem ao Tibete em 2004 e, em um mosteiro, conversei com um lama, que me disse que eu deveria dar liberdade a quem tem asas. Naquela época, não entendi muito bem, mas dois anos depois percebi o que deveria fazer. Comecei a pesquisar formas de aproveitar o projeto em Aiuruoca para reintroduzir aves na natureza e fiz um projeto para apresentar ao Ibama”, conta Nélio, ex-sócio da área internacional da consultoria PricewaterhouseCoopers.
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Atualmente, mais de três mil aves já foram libertadas na natureza e o antigo cenário seco da região transformou-se em uma densa floresta, com mais de 15 mil novas árvores espalhadas ao longo de 18 hectares, que recompõem a biodiversidade desse pedaço da Serra da Mantiqueira.
Visando expandir seu projeto, Nélio buscou uma ideia para garantir a sustentabilidade financeira da iniciativa, com uma atividade produtiva que pudesse ser aliada do meio ambiente. Foi então que em 2011 deu início a plantação de oliveiras para transformar e resgatar a história do azeite de oliva 100% brasileiro, que fez parte do passado do País nos anos de 1500.
O cultivo de oliveiras resultou na produção de um azeite de qualidade Premium. Batizado de Olibi, palavra de origem indígena que significa óleo da terra, o produto acaba de chegar ao mercado para comercialização, depois da primeira colheita realizada em fevereiro deste ano. A colheita, inclusive, superou as expectativas do empreendedor, que esperava obter 2 mil toneladas de azeitonas e conseguiu 3.300 quilos, alcançando também uma produtividade maior, que chegou a 13%, enquanto a média de nacional é de 10%.