Quilombolas brasileiros vão aos EUA debater questões raciais

Viagem promove importante debate, dando voz a uma minoria brasileira junto a organizações internacionais

17/10/2018 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 20:25

Um grupo de lideranças quilombolas está nos Estados Unidos para um intercâmbio sociocultural promovido pelo governo norte-americano a profissionais brasileiros que atuem nas áreas de educação, democracia, diversidade, jornalismo, empreendedorismo, defensores dos direitos humanos, entre outros.

Na agenda está prevista uma visita à Washington, onde o grupo se encontrará com representantes americanos que defendem pautas de ativismo racial.

Participa do grupo representantes da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas), Sandra Braga (quilombo Mesquita – GO), Célia Pinto (quilombo Cururucu – MA) e José Carlos Galiza (quilombo Guajará Mirim – PA).

O rupo de lideranças quilombolas brasileiros com a prefeita da cidade americana de Boley (à dir.)
O rupo de lideranças quilombolas brasileiros com a prefeita da cidade americana de Boley (à dir.)

Em tempos de tantos embates envolvendo as questões raciais na política brasileira, o grupo vai discutir assuntos como regularização fundiária, conflitos e ameaças (homicídios contra quilombolas) e proteção do meio ambiente.

O grupo também vai visitar a Howard University, uma das universidades que mais formam profissionais negros nos Estados Unidos, nas mais diversas áreas de formação e tem como compromisso tácito oferecer oportunidades às minorias.

Parte do grupo em frente à Casa Branca
Parte do grupo em frente à Casa Branca

A viagem foi mediada pela ECAM (Equipe de Conservação da Amazônia) e pela USAID (agência americana para o desenvolvimento internacional), que atualmente realizam trabalhos importantes de empoderamento dos povos tradicionais da floresta.

“A luta dos afro-americanos nos Estados Unidos é algo muito arraigado e forte no país, o que no Brasil acontece um pouco mais velado. A ida de representantes brasileiros dá voz não só a pessoas que sofrem por serem negras, mas carregam cicatrizes históricas de seus antepassados e o tempo todo precisam defender sua terra e suas raízes”, diz Vasco Van Roosmalen, da Ecam.