Refugiada síria lança jogo sobre sua perigosa jornada à Europa
A estudante e refugiada síria Dana fugiu de sua cidade natal, Damasco, no último ano, buscando refúgio na Alemanha. Agora, a jovem de 25 anos convida outras pessoas a seguir seus passos jogando “Bury Me, My Love” (“Enterre-me, Meu Amor”).
O game para celular está disponível desde o início de novembro no Google Play e na App Store. Ele oferece protagonistas virtuais, cujas sagas podem ser acompanhadas. Os personagens são o casal sírio Nour e Majid –ela, uma refugiada em uma rota perigosa; ele, o marido que a aconselha e que resolveu ficar para cuidar de parentes idosos.
É possível apoiar e aconselhar Nour enquanto atravessa a Síria até estar em segurança no exterior. O jogo apresenta uma interface de mensagens não muito diferente do WhatsApp, o aplicativo de texto preferido dos imigrantes.
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Dana também tem jogado o jogo. “Joguei primeiro com minha irmã”, disse. “Mas ainda não terminei. Estou tentando continuar com ela.” A diferença, no entanto, é que Dana viveu os eventos que surgem em “Bury Me, My Love”. Ela viajou da Síria para a Alemanha como um milhão de imigrantes que atravessaram o Mediterrâneo para encontrar segurança na Europa.
Quando o estúdio de produção francês The Pixel Hunt e o jornalista Pierre Corbinais começaram a escrever a história, Dana foi chamada como consultora editorial para garantir a fidelidade à jornada da vida real que ela e seus conterrâneos embarcaram.
Jogabilidade
O game tem vários finais –incluindo alguns trágicos– com base em conselhos que Majid dá a Nour, dando a cada decisão um certo desconforto. Os eventos do jogo ocorrem em tempo real, com as consequências de orientações adequadas ou desagradáveis.
“Enterre-me, meu amor” é uma frase árabe que significa, em livre tradução, a “cuidar” ou, mais morbidamente, a “não morra antes de mim”. É também a mensagem que Majid envia a Nour no início do jogo.
“[Para pessoas] que nunca conheceram uma pessoa síria, espero que esse jogo possa encorajá-las a conversar com refugiados e a perguntar-lhes: ‘Qual o seu nome? Como você chegou aqui?’, e não olhar para eles como se fossem um perigo”, conclui Dana.
Com informações de Broadly e Engadget. O sobrenome de Dana foi suprimido para proteger sua privacidade