Revogação da neutralidade da web pode silenciar movimentos
Empresas de bilhões de dólares marcaram uma vitória nos Estados Unidos neste mês, quando a Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) votou pela revogação das proteções da neutralidade da rede. Em 2015, essas regras foram implementadas para impedir que provedores de serviços de internet tratassem diferentes conteúdos de forma diferente.
Agora, essas empresas podem legalmente fazer isso. Com a revogação da neutralidade da rede, provedores de serviços de internet (ou ISPs, em inglês) são livres para bloquear ou acelerar qualquer conteúdo que não gostem ou gostem.
Isso pode incluir vídeos, textos e imagens distribuídos por pessoas cujas vozes são pouco reverberadas pela sociedade convencional, incluindo mulheres e negros, segundo reportagem do Huffington Post.
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Se um ISP optar por cobrar empresas de internet como Facebook e Google por um serviço mais rápido, essas companhias provavelmente poderão pagar as contas. Mas se os ISPs optarem por acelerar sites mantidos por plataformas menores, organizações e indivíduos, o custo adicional pode dificultar a capacidade de espalhar mensagens.
Erin Shields, organizadora da ONG Center for Media Justice no campo de direitos de internet, vê esse potencial de censura como um problema.
Entretanto, defensores da revogação argumentam que, embora os ISPs possam tratar o conteúdo de forma diferente, isso não significa que irão. Várias empresas já disseram que não escolheriam conteúdos da internet e rejeitariam outros. Os consumidores, no entanto, têm pouca escolha senão acreditar nessas organizações.
Evan Greer, diretor da Fight for the Future, uma ONG que defende a neutralidade da rede, crê que os ISPs provavelmente estarão mais interessados em bloquear ou diminuir a velocidade de sites e aplicativos que competem com seus próprios serviços. “Mas sem [neutralidade da rede], nada impede que os ISPs discriminem grupos inteiros de pessoas ou ideologias políticas.”
Embora os grupos defensores da neutralidade da rede tenham pouca esperança, o Congresso dos Estados Unidos tem o poder de reverter a decisão da FCC dentro de 60 dias.
Leia a reportagem completa no Huffington Post