Rotina de aluno cego leva turma inteira a aprender mais sobre respeito
A deficiência visual fez com que Pedro desenvolvesse com mais intensidade os outros sentidos para perceber o mundo ao seu redor
No Brasil, existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e seis milhões com baixa visão, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Um deles é estudante Pedro Maron, que fez uma turma do Colégio Marista Asa Sul, de Brasília (DF), a mudarem seus comportamentos diante de um aluno cego.
Tudo começou em uma aula de ciências, quando os estudantes do 2º ano do ensino fundamental iniciaram os estudos sobre os sentidos do corpo humano.
- Através da música e do esporte, instituto promove autonomia de deficientes visuais
- USP está oferecendo cursos à distância e de graça; veja as opções
- Entenda a importância do reforço escolar e seus benefícios
- Como a disciplina positiva pode ser aplicada no dia a dia das crianças
Eles queriam compreender apenas como é possível viver sem enxergar o mundo ao seu redor, mas acabaram aprendendo muito mais que isso: criaram um Projeto de Intervenção Social e vivenciaram a rotina de um colega cego. Agora, conhecem na prática o significado da palavra respeito.
Ao criar o projeto, o objetivo inicial da turma era compreender a inclusão social de pessoas com deficiência visual. Para isso, analisaram os equipamentos oferecidos pela escola e acompanharam a rotina de Pedro Maron, do 3º ano do ensino fundamental.
“Com isso, compreendemos que todos nós temos muito a aprender uns com os outros, pois conhecemos a máquina Parkins Brailler que o Pedro usa para escrever e vimos um pouco sobre leitura em braile”, conta professora da turma, Mônica Jandira de Macedo.
A deficiência visual fez com que Pedro desenvolvesse com mais intensidade os outros sentidos para perceber o mundo ao seu redor. Ele ama a natureza, toca piano, pratica judô e outras atividades específicas que o ajudam em sua rotina escolar.
“Após conhecermos a rotina de vida do Pedro, partimos para pesquisar sobre a mobilidade das pessoas com deficiência visual. Aprendemos que os cegos usam o piso tátil, bengalas e solicitam auxílio às pessoas para que os orientem, mas também podem ter um cão-guia”, explica professora.
Foi aí que os estudantes procuraram o Corpo de Bombeiros para conhecer um pouco sobre o treinamento de um cão-guia e quem pode usá-lo e descobriram que o Pedro só poderá ter o auxílio de um cão-guia quando completar 18 anos.
“Além de conhecer e compreender a deficiência visual, vimos que somos pessoas com características diferentes e que devemos nos respeitar pelas condições que cada um de nós apresenta. A palavra que resume tudo que aprendemos, certamente, é respeito”, concluiu Mônica.