Sem-teto monta casinha e reforma praça em bairro nobre de SP
Ação de sem-teto é considerada exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação
O sem-teto baiano Ivan Carlos da Silva Lima, de 44 anos, conhecido como Sassá, resolveu ocupar e reformar a praça Edgard Hermelino Leite, na Vila Olímpia, bairro nobre da capital paulista, onde vive desde julho de 2017. Ele fez um jardim em volta da casinha que montou com madeira e outros itens que achou no lixo. Antes, o local estava sujo e abandonado.
Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.
Ele trabalha como catador e vendedor de recicláveis com um carrinho que ele mesmo construiu, de acordo com informações do jornal “Folha de S.Paulo”. Também faz casinhas e carrinhos para cachorro, sob encomenda.
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Sassá está sempre conversando com os vizinhos –refeições, aliás, ele faz gratuitamente do outro lado da rua, em uma lanchonete cujo proprietário tornou-se seu amigo. Roupas também são doadas pelos vizinhos.
Diz ser muito feliz e leva a vida que sempre desejou, sem nenhuma espécie de incômodo. Seu passado, pelo contrário, é marcado por muitas dificuldades. Natural de Ipirá, cidade próxima a Feira de Santana, estudou até a quarta série e, aos 14 anos, se mudou para São Paulo atrás do irmão mais velho, que atualmente é pedreiro.
Pensava em ser radialista, mas foi vendedor de cafezinho, ajudante de pedreiro, pedreiro, encanador e camelô. Teve sete filhos, cada um com uma mulher diferente. Quando foi visitar um deles em Campinas (SP), a mulher com quem vivia em São Paulo na ocasião vendeu o barraco onde o baiano morava e sumiu com o dinheiro, que ele havia recebido em uma indenização por acidente de trabalho como aprendiz de operador de máquinas –sua última ocupação. Há dez anos, então, vive na rua.
Ele estabeleceu as segundas-feiras como seus dias de folga, quando se dedica ao descanso e à leitura –já encontrou muitos livros que foram descartados e diz já ter lido 53 desde que virou sem-teto.
Leia a reportagem completa na “Folha de S.Paulo”