Sistema de energia solar inédito pode ser instalado em Pernambuco

A cidade de Petrolina, semiárido pernambucano, pode ganhar no ano que vem um sistema de energia solar inédito no Brasil, que está sendo estudado como alternativa às hidrelétricas.

Com a ajuda de um instituto alemão, a Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) e a UFC (Universidade Federal do Ceará) pretendem construir um projeto-piloto na cidade para testar a tecnologia heliotérmica que, ao contrário dos equipamentos solares já usados no país, pode armazenar energia para ser usada, inclusive à noite.

A geração de energia heliotérmica usa o sol como fonte indireta de eletricidade

A geração de energia heliotérmica usa o sol como fonte indireta de eletricidade. Ela funciona com um conjunto de captadores espelhados, distribuídos em uma área plana. Os espelhos se movimentam de acordo com a posição do sol e refletem os raios para uma torre –chamada de torre solar–, onde o calor é armazenado e transformado em energia.

O novo sistema é diferente da geração de energia solar fotovoltaica, já explorada no Brasil, que não é capaz de guardar o calor produzido.

A inviabilidade de armazenamento da energia produzida pelos painéis fotovoltaicos deu a esse sistema a classificação de forma secundária de energia, usada para complementar a matriz energética brasileira.

As hidrelétricas, capazes de armazenar energia, são geradoras de 65% da eletricidade do país, de acordo com o Balanço Energético Nacional 2015, do Ministério de Minas e Energia. A intenção é mudar esse quadro, argumenta o assessor de Planejamento Estratégico da Chesf, Benedito Parente. “À medida que os recursos hídricos estão exíguos e deficitários, e até por uma questão de hidrologia estão com pouca água, se faz necessário que rapidamente a gente encontre outra alternativa para armazenamento de blocos de energia”.

Localizada no meio do semiárido nordestino, Petrolina foi escolhida pela intensidade solar acentuada, de acordo com Benedito Parente. “A maioria do território brasileiro tem vocação, mas o semiárido tem ainda mais”, reforça. Para ele, a energia solar heliotérmica é “uma grande esperança para a produção energética do futuro, uma das mais atraentes”. O projeto terá tamanho reduzido, compatível com um projeto de pesquisa, mas a intenção da Chesf, segundo o assessor, é descobrir meios de produzir a tecnologia em larga escala.

Com informação da Agência Brasil