Site de crowdfunding lucra com negócio de ajuda em desastres
Nos Estados Unidos, famílias atingidas por desastres naturais costumavam depender da ajuda de organizações sem fins lucrativos e governo. Agora, elas podem criar seus próprios fundos em tempo recorde por meio do financiamento coletivo. E as plataformas de crowdfunding estão sabendo explorar bem esse nicho.
As vítimas de acontecimentos como o furacão Harvey tradicionalmente se baseavam em organizações como a Cruz Vermelha, que trabalham em conjunto com o governo, para obter comida, água e abrigo de emergência. E, na hora de reconstruir suas vidas, buscavam seguros e programas de assistência. O apoio, em outras palavras, é padronizado, e muitas vezes vem atrelado a uma montanha de papéis.
Hoje, as vítimas de desastres possuem uma opção adicional, mais personalizada, disponível para eles: crowdfunding. Nos últimos meses, o GoFundMe, que existe há sete anos e organiza campanhas para tudo, desde aulas de faculdade até contas veterinárias, surgiu como uma organização líder de alívio de desastres –e sem burocracia.
- Pernambucanas oferece ingresso para Mufasa: O Rei Leão, com nova coleção em parceria com a Disney
- Cientistas revelam possível causa para o surgimento do Parkinson
- São Caetano inaugura parque linear na Kennedy e entrega Cidade das Crianças revitalizada
- Viajar sozinha no Brasil: 3 lugares para uma experiência transformadora
Nos dois meses após o furacão Harvey, o GoFundMe e seu “irmão”, o CrowdRise, conseguiram obter US$ 65 milhões (mais de R$ 215 milhões) para vítimas e instituições de caridade. A Cruz Vermelha, a título de comparação, teve US$ 190 milhões (cerca de R$ 629, 6 milhões) de assistência financeira direta no mesmo período. Outros milhões foram arrecadados por meio de centenas de campanhas do GoFundMe para pessoas afetadas pelo furacão Maria e por outros desastres naturais.
As doações do GoFundMe podem ser vitais para que as famílias voltem a ficar em pé, sem limitações. Mas também foram lucrativas para o GoFundMe: a empresa recebeu US$ 3,5 milhões (aproximadamente R$ 11,6 milhões) apenas em tarifas das campanhas envolvendo o Harvey. Neste ano, o site espera facilmente superar os cerca de US $ 100 milhões (quase R$ 332 milhões) em receita que gerou em 2016.
O GoFundMe enfrentou críticas crescentes por seu modelo de negócios. A companhia anunciou recentemente que está derrubando sua taxa obrigatória de 5% para doações a campanhas pessoais em favor de um modelo baseado em “gorjetas”, semelhante ao do site rival de crowdfunding YouCaring. Ao mesmo tempo, o GoFundMe continua a investir em seu negócio dedicado a doações a entidades sem fins lucrativos, onde a taxa obrigatória de 5 % ainda se aplica.
“Storytelling”
Os 40 milhões de doadores do GoFundMe querem ver as famílias contando suas próprias histórias com a assistência e a experiência da empresa. Depois que um organizador cria uma campanha, o GoFundMe fornece conselhos sobre como maximizar as contribuições, por exemplo, compartilhando fotos e atualizações de progresso.
No fim de outubro, lançou uma divisão de filmes interna, GoFundMe Studios, projetada para ampliar ainda mais as campanhas com potencial viral. A empresa também gerencia uma operação de serviço ao cliente e garante que todos os fundos atinjam a causa e o destinatário previstos, reembolsando doações em casos de fraude ou falsas declarações.
“Estamos focados em crescer de forma que ajude os organizadores de campanha a ganhar o máximo de dinheiro possível”, diz Rob Solomon, CEO do GoFundMe. “Isso é o que eles querem: o maior rendimento. Para fazer isso, você precisa ter a mentalidade do Vale do Silício: as melhores pessoas, a melhor tecnologia, o melhor processo.”
Se o YouCaring está beliscando os calcanhares do GoFundMe, o Facebook é o gigante lançando uma sombra. A rede social introduziu ferramentas de angariação de fundos pessoais no último mês de março, um complemento para os recursos de angariação de fundos lançados em 2015. Essa é apenas uma das novidades da rede social voltadas para a ajuda em desastres.
Leia a reportagem completa no Fast Company