Sul-coreano cria ‘luva inteligente’ para ajudar vítimas de AVC
Depois de perder o pai vítima de um AVC (acidente vascular cerebral, e de ver dois tios ficarem com sequelas porque não conseguiram bancar o alto custo da reabilitação, o engenheiro sul-coreano HoYoung Ban criou um dispositivo vestível que se conecta com vários softwares de exercícios, capazes de estimular o paciente a recuperar os movimentos das mãos de uma maneira mais lúdica.
A Rapael Smart Glove estimula o paciente a executar tarefas como pegar um copo d’água ou jogar uma pequena bola –na vida real ou em uma simulação em vídeo.
A reabilitação após um dano cerebral costuma ser longa, penosa e cara. A maioria dos exercícios de fortalecimento e recuperação é quase sempre tediosa e repetitiva, o que muitas vezes leva o paciente a abandonar o tratamento antes de alcançar algum resultado.
O sistema monitora os movimentos, ajustando as tarefas de acordo com a evolução da neuroplasticidade do paciente.
O projeto ganhou musculatura depois que HoYoung Ban cursou um MBA na Darden School of Business, da Universidade da Virginia (EUA). Para viabilizar o desenvolvimento da luva, ele se uniu ao amigo Young Choi, PhD em robótica para reabilitação pós-derrames e juntos fundaram a Neofec.
Como funciona
A captura dos movimentos é feita através de sensores que captam o movimento da mão e do punho. Eles são compostos por resistores que se dobram quando o paciente mexe a mão. Cada luva pesa apenas 132 gramas.
Elementos lúdicos e uma interface amigável motivam o paciente durante o processo de reabilitação, estimulando a neuroplasticidade enquanto o paciente avança em atividades que se assemelham a jogos.
https://www.youtube.com/watch?v=YbGTMafofs0
Os games são atualizados mensalmente e cada um se destina à recuperação de um tipo de movimento, como espremer uma laranja para estimular flexão/extensão dos dedos ou servir vinho para estimular o antebraço nas posições de pronada/supino.
Um algoritmo analisa os dados e propõe tarefas de acordo com o nível de atividade motora do paciente, ampliando a dificuldade conforme o progresso, prescrição médica e interesse pessoal do paciente.