Pernambucana cobre cicatrizes femininas com tatuagens grátis

Ação de tatuadora é considerada exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação

04/04/2018 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 20:20

Em março, a tatuadora pernambucana Fernanda Souza, de 26 anos, procurou mulheres vítimas de violência dispostas a cobrir gratuitamente as cicatrizes que ficaram no corpo e não saem da memória.

Pernambucana cobre cicatrizes de mulheres com tatuagens gratuitas
Pernambucana cobre cicatrizes de mulheres com tatuagens gratuitas

Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.

De acordo com reportagem do G1, a ideia teve como base uma experiência vivida pela própria tatuadora aos 18 anos. “Fui abusada sexualmente e não tive coragem de denunciar, de procurar ajuda”, revela. “Não é algo que dá para esquecer. Você não supera, fica com a lembrança adormecida, mas hoje em dia consigo falar sobre isso, então quis ajudar outras mulheres que passaram por uma situação semelhante à que eu vivi.”

Souza, então, resolveu agir, motivada também pelo Dia Internacional da Mulher e por casos recentes de violência em seu Estado. “Eu não sabia se conseguiria conversar com mulheres que tivessem passado por algo pior do que eu passei. Tive medo de chorar, de não conseguir”, conta ela. Mas ela foi em frente, estimulada pelo namorado e por amigos.

Pernambucana cobre cicatrizes de mulheres com tatuagens gratuitas
Pernambucana cobre cicatrizes de mulheres com tatuagens gratuitas

Ela escolhe, junto de cada cliente, o melhor desenho após um diálogo que considera necessário. “A conversa é uma das formas de se sentir aliviada sobre o que quer que tenha acontecido”, explica. “As pessoas podem perguntar o que aquele desenho significa e você pode responder sem constrangimento, diferente de quando perguntam como você conseguiu a cicatriz.”

Os fortes relatos das mulheres atendidas por Souza a incentivaram a estender a ação para além de março.

Leia a reportagem completa no G1