Tóquio terá medalhas olímpicas feitas de lixo eletroeletrônico

Autoridades japonesas anunciaram que todas as medalhas dos Jogos Olímpicos de 2020 serão feitas a partir do reaproveitamento de metais preciosos encontrados nas 650 mil toneladas de lixo eletrônico produzidas no país. A ideia de reciclar celulares, computadores, televisores e outros equipamentos vai ao encontro da questão da sustentabilidade, uma das bandeiras do Comitê Olímpico Internacional.

Comparativamente, na Rio 2016, foram utilizadas duas toneladas e meia de ouro, prata e bronze para confeccionar as 2.488 medalhas olímpicas e as 2.642 paralímpicas entregues aos vencedores. Produzidas pela Casa da Moeda do Brasil com um diâmetro de 85 mm e pesando 500 gramas, foram as maiores e mais pesadas da história olímpica.

Apesar de o Japão ser pobre em minas naturais, o ouro e a prata contidos em eletrônicos no país equivalem, respectivamente, a 16% e 22% de todas as reservas do mundo. Anualmente, mais de 20 milhões de toneladas de resíduos chamados “e-waste” (lixo eletrônico) são produzidas anualmente. Apenas 40% desse volume é reciclado. O restante é despejado em aterros.

Além de mitigar os impactos ambientais da revolução digital, o manejo adequado do lixo eletrônico também pode gerar novas oportunidades de crescimento econômico, segundo a Organização das Nações Unidas. A demanda global por serviços de processamento de lixo eletrônico deve passar de US$ 17 bilhões, em 2015, para US$ 58 bilhões, em 2021.

Uma pesquisa recente do Greenpeace com 6.000 consumidores da Alemanha, da China, da Coreia do Sul, do México, dos Estados Unidos e da Rússia revelou que 80% deles querem que seus smartphones durem e sejam fáceis de consertar, e mais da metade gostaria que os fabricantes lançassem menos modelos e fizessem mais para reciclar aparelhos antigos.

Por QSocial