Você lembra por onde passou ontem? As lixeiras espiãs sabem

Se der na telha, é possível viajar e não contar para ninguém onde você está (apesar de ser insensato, claro). Mas se o seu destino fosse Londres, na Inglaterra, você não iria passar despercebido, pelo menos não por algumas lixeiras que foram instaladas nas ruas da cidade.

Em 2012, nas Olimpíadas, a empresa Renew foi a responsável por instalar lixeiras públicas à prova de bombas, algumas delas com telas que passavam além de informações sobre a cidade, propagandas.

No final de 2013, como um teste piloto, a startup colocou dentro de 12 destas lixeiras um rastreador que conseguia salvar o endereço MAC (número associado à interface de comunicação, que conecta um dispositivo à rede) dos dispositivos conectados ao wi-fi da cidade. Com esse dado, as lixeiras conseguiam identificar qual era a marca do smartphone, a velocidade com que o dispositivo, ou seja, a pessoa passava pela lixeira, ou quanto tempo ela ficou parada.

Segundo a Renew, o teste foi uma forma de apresentar uma melhor alternativa de segmentação para empresas anunciantes. Desse jeito, seria possível escolher, por exemplo, se seria melhor divulgar a propaganda em lugares onde passam mais pessoas ou onde a frequência de dispositivos repetidos fosse maior, entre outros cruzamentos de informações.

Inovadora, esta tecnologia prometia dar uma utilidade mais exata para a mídia exterior, podendo fazer com que a propaganda fosse mais eficaz, mas ela não vingou. Quando o assunto veio a público, a população londrina, preocupada com a privacidade, começou a protestar contra as lixeiras. Atendendo aos pedidos, a Prefeitura de Londres solicitou que a empresa parasse com a coleta de dados imediatamente.

Mesmo que não exista mais em Londres, a tecnologia pode estar sendo usada em diversos lugares, mesmo sem o conhecimento das pessoas, levantando questões tão discutidas atualmente, como privacidade e vigilância.

Será que estamos caminhando para um futuro à la Minority Report?

Via 3MInovação