A Mulher da Câmera de Filmar

“Eu reporto tudo aquilo que vejo”. Um dos maiores nomes do documentário russo, Marina Goldovskaya, em mais de quarenta anos de carreira dirigiu aproximadamente trinta obras não-ficcionais. Em sua terceira passagem pelo festival É Tudo Verdade, a cineasta ganha retrospectiva com seus principais trabalhos. E, também, faz a estreia mundial de seu último filme “O Sabor Amargo da Liberdade” durante o evento.

“É uma incrível honra saudar o 70°aniversário de Marina Goldovskaya com sua primeira grande retrospectiva em festivais”, afirma o crítico Amir Labaki, diretor do É Tudo Verdade e curador da mostra especial dedicada à cineasta russa.

“Quando começo um filme fico pensando por horas no conceito e na ideia que quero passar por trás deleq. Quando, na realidade, o real assunto é a vida”- Marina

“No registro único dela, entre o pessoal e o social, ninguém documentou melhor o período turbulento do fim da URSS e desses primeiros tempos da nova Rússia. Não é a toa que seu livro de memórias se entitula “A Mulher da Câmera de Filmar””.

Confira a retrospectiva Internacional: Marina Goldovskaya

O camponês de Archangelsky (60 min, 1986).

A história de Nikolai Semenovich Sivkov, primeiro a opor-se ao sistema de coletivização rural imposto por Josef Stálin.

O Regime Solovki (93 min, 1987).

O primeiro filme sobre os “gulags”, denunciando a história do campo de trabalhos forçados Solovky, que existiu entre 1923 e 1939.

Um gosto de liberdade (46 min, 1991).

A era de esperança da Perestroika dos anos 1980/1990 é examinada por meio dos personagens Sasha Politkovsky, jornalista de TV, sua mulher, Anna Politkovskaya, e seus filhos.

O espelho estilhaçado (58 min, 1992).

As grandes mudanças que sacudiram a antiga URSS são analisadas pelo olhar profundamente pessoal da diretora.

A casa da rua Arbat (59 min, 1993).

Uma síntese da história russa no século 20 surge das memórias de residentes e de material de arquivo sobre uma casa que passou de moradia da aristocracia a alojamento coletivo depois da Revolução de 1917.

A sorte de nascer na Rússia (58 min, 1994).

Um insight humano sobre os acontecimentos na Federação Russa em 1993, quando conflitos étnicos e separatistas lançaram incerteza sobre o futuro.

O príncipe está de volta (59 min, 2000).

Crônica do sonho e da luta do príncipe Eugene Meshersky para restaurar o castelo e a glória de sua família, nos arredores de Moscou. Anatoly Rybakov, a História Russa (52 min, 2006). O autor de “As crianças do Arbat”, perseguido pelo stalinismo, rememora sua vida e a história de seu país.

O gosto amargo da liberdade (90 min, 2011).

A cineasta recupera a figura da combativa jornalista Anna Politkovskaya, sua amiga e personagem, assassinada em 2006, aos 48 anos.

Confira um vídeo de apresentação feito pelo Gold Films “Introducing Marina Goldovkskaya”

Por Redação