A vida não é curta. Nós é que desperdiçamos boa parte dela

Em parceria com ViraVolta
25/01/2016 16:20 / Atualizado em 07/05/2020 02:02

Carol Fernandes, fundadora do Projeto ViraVolta, que ajuda pessoas no planejamento e realização de longas viagens pelo mundo, diz que muitas pessoas deixam de realizar o sonho de viajar o mundo por terem receio da volta, de algo dar errado… Mesmo que as pessoas tenham consciência de que a vida pode durar uns 80 anos, elas levam uma vida estressante, sempre preocupada com o futuro, e por isso deixam de viver o presente e acabam com a sensação de que a vida é muito curta.

 
 

Eu sempre usei essa frase: a vida é muita curta. Mas nunca ficou tão claro pra mim que isso é uma grande mentira. O problema é que através das nossas atitudes fazemos com que a vida de fato pareça curta.

A expectativa média de vida de um brasileiro em 2013 foi de 73,89 e em alguns países como o Canadá, chega a mais de 80. Você tem idéia do quanto você pode fazer e viver em 80 anos? É muito tempo.

Porém, mesmo tendo esse tempo todo nós vivemos a vida como se ela fosse curta. Vivemos aos 20 preocupados com os 60 anos. Fazemos escolhas como se elas fossem escolhas definitivas para uma vida curta. Deixamos de fazer o que realmente queremos por acharmos que é tarde demais ou por medo de errar na única vida que temos…. E cada vez que fazemos isso nos deixamos de fato a sensação de que a vida é curta.

A VIDA É CURTA SIM…

… Pra quem tem preguiça
… Pra quem vive pensando só no futuro
… Pra quem vive se lamentando do passado
… Pra quem arrasta uma vida infeliz e deixa a vida passar
… Pra quem fica sonhando mas nunca realiza de fato o que quer
… Pra quem está sempre se preocupando com coisas irrelevantes
… Pra quem vive reclamando mas nunca faz nada pra mudar
… Pra quem não aprendeu a viver cada momento do presente

Durante meus 2 anos de viagem pelo mundo eu não senti minha vida passar rápido. Pela primeira vez em muito tempo minha vida parecia passar mais lentamente. E agora eu entendo o porquê. Pois pela primeira vez eu estava vivendo intensamente o momento. Estava aproveitando cada segundo da minha jornada, com interesse e excitação. Sem me preocupar com o que seria da minha vida depois. Eu fiz uma escolha, de viajar o mundo, que duraria apenas aquele espaço de tempo, e resolvi aproveitar com tudo.

A VIDA NÃO É CURTA

Outro dia estava lendo o livro “Simplesmente Humano”, uma biografia sobre o Pepe Mujica, e o autor do livro cita uma obra de Sêneca, um filósofo e intelectual do Império Romano, chamada “Sobre a Brevidade da Vida”. Onde ele diz que a vida não é curta, mas o próprio indivíduo faz com que pareça assim. Na obra ele cita três princípios básicos que podem nos ajudar a fazer com que o tempo que vivemos seja bem aproveitado:

  • Lembrar o passado, para ser consciente do muito que já se viveu.
  • Viver com intensidade e consciência, para aproveitar o presente.
  • Estar preparado para o futuro, mas não se concentrar nele nem encará-lo com medo.

Sêneca nasceu na Espanha em 4 a.C. e pelo visto os maiores dilemas da nossa existência continuam os mesmos. Todos esses séculos se passaram e parece que a gente ainda não aprendeu a viver uma vida bem aproveitada.

Você sempre sonhou em fazer alguma coisa e até hoje não fez? Você sempre sonhou em viajar o mundo e até hoje não encontrou a coragem pra isso? Agora me responde. O que seriam 1 ou dois anos em 74 anos da sua vida? Isso não representa nem 3% da sua vida. Nem 3% para você viver uma experiência de vida única, para você viver intensamente e aproveitar o momento com excitação, para você aproveitar a jornada da sua vida, para você olhar pra trás depois e se dar conta do quanto você já viveu.

Provavelmente se você nunca realizar o que tanto quer quando chegar ao final da vida você vai ter essa sensação de que a vida foi muito curta e de que você não teve tempo suficiente. A vida é curta porque a gente desperdiça o nosso tempo. E esse tempo não volta.

Por Carol Fernandes