Cinema de borda e Fluxus
O amor pelo audiovisual e a descoberta do público de internet fez com que centros culturais como Itaú Cultural e mostras, como Fluxus, reconhecessem produções caseiras feitas com o verdadeiro espírito do cinema: o de contar uma história a qualquer custo.
A Mostra “Cinema de Bordas” que estreia na próxima semana no Itaú Cultural vai além da vontade de contar uma história. Ela esbarra em introduzir um cenário a trama de uma determinada região, com “atores” daquele local em especial. A mostra está na sua segunda edição e reúne realizadores amadores dispostos a encarar a aventura cinematográfica, e de encarnar personagens de filmes como “Rebobine, Por Favor”, de Michel Goundry.
São faxineiros, camelôs, auxiliares de enfermagem e até homens rurais que nutrem do sonho de contar uma história e mostrar ao mundo. “É o desejo do cinema acima de tudo. Digo que esse tipo de filme é um fotograma do Brasil”, define uma das curadoras da mostra Bernadette Lyra. “A mostra é uma performance de como caminha o país com a vontade de fazer cinema”, comenta.
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Bernadette busca definir o cinema de bordas como um mundo paralelo, um meio de contar uma história, um cinema mais próximo do universo daquele que conta o enredo.
Outra mostra que vem ganhando cada vez mais adeptos é o Fluxus. É um dos primeiros festivais a utilizar a internet como suporte de exibição, o Festival Internacional de Cinema na Internet recebeu em sua edição 2010 mais de mil inscrições de 62 países. Esse ano vem também com um novidade: uma exposição no Museu de Imagem e do Som (MIS) chamada “Fluxus Offline”. O festival tem início no dia 28 de abril.
A internert como um meio de distribuição
Utilizando a internet um grupo de cineastas lançou um desafio: o de realizar um filme por dia, em um mês. O “cinemaderua” são microdocumentários urbanos, definidos como “breves narrativas na metrópole”. Captados com uma qualidade fora do comum é um belo projeto, principalmente, para aqueles que estão familiarizados com as figuras que cruzamos nas ruas de São Paulo e que são capturadas pelos olhos desses cineastas.
Aqui a paixão se junta a necessidade do fazer. Se no dia a dia não encontram meios e formas de que a criatividade pulsante seja utilizada, buscam em horários de almoço sair às ruas para contar o que vêem. E o público agradece.
Confira o mini-documentário “Musa Gari”