As artes no palco: Sarau Pavio da Cultura abraça cultura popular em Suzano
Encontros ocorrem sempre aos segundos sábados de todo mês
Apoiado na inquietude que alimenta o poeta, Ferreira Gullar disse, em 2010, que “a arte existe porque a vida não basta”. Neste panorama de um mundo que enche os olhos, mas pouco convence, pessoas de variadas comunidades da cidade de São Paulo se sensibilizam com a alteração da realidade por meio da arte e fazem dos saraus, células de resistência de perpetuação da cultura popular.
Fundado oficialmente como município em 2 de abril de 1949, Suzano, situado na região metropolitana de São Paulo, também ordena articulação poética que resvala os pés de suas comunidades.
É no espaço do Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi que pessoas unidas pela arte fazem brotar a flor artística do Sarau Pavio da Cultura.
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Organizado pela Secretaria de Cultura do Município de Suzano, o sarau foi fundado em maio de 2005 e reúne, sempre aos segundos sábados do mês, articuladores culturais de diversas regiões de São Paulo.
“É um espaço fantástico, aberto para todo mundo. Além da poesia, muitas atividades – nas áreas de música, dança e teatro – também sobem ao palco. Existe uma troca muito legal”, explica Sidney Leal, escritor que utilizou o sarau para lançar seu primeiro livro em agosto de 2011 e, desde então, se tornou frequentador assíduo do encontro.
Com entrada Catraca Livre, as celebrações ocorrem sempre das 20h às 22h, tendo o escritor Sacolinha como articulador das atrações do espaço. “O sarau é uma forma de escoar e impulsionar a produção cultural de muitos autores que não possuíam ambiente para expor seus trabalhos”, comenta o autor, que também é funcionário da Secretaria de Cultura do Município e ajudou a formular as diretrizes do encontro.
Em outra ponderação, Sacolinha rememora a dinâmica da primeira edição do sarau: “Lembro que, no primeiro, aluguei um ônibus que levou muitas pessoas do meu bairro para o centro. Foi legal para sentirmos como seria a dinâmica. Do segundo em diante, as coisas já tomaram um caminho próprio e pessoas de muitos lugares começaram a se apropriar do evento”.
Para Mano Cákis, outro poeta que amplifica suas poesias no Pavio da Cultura, os saraus possuem um papel de descoberta muito importante. “Quando me perguntam ‘O que é sarau?’ Eu explico que é uma manifestação, um grito. Muitas pessoas vão por curiosidade, e depois acabam gostando. Eu as convido para que contem uma piada, e sempre espero que no próximo, tenham vontade de estar lá por vontade própria para contar outra piada, ou talvez tocar uma música. Lá as pessoas se libertam e isso é muito da hora.”