As revoluções continuam no Sesc Pinheiros

Programação traz obras inéditas de Jean-Luc Godard e Alexander Kluge

Complementando a programção do maio, o Sesc Pinheiros traz a exposição “Revoluções: Cinema, Fotografia, Música, História, Política e Estética”. Para fazer jus ao nome, a mostra traz filmes, fotos, áudios, além da política e da estética das grandes revoluções mundiais.

“Revoluções” fica em cartaz até o dia 3 de julho, das 10h às 20h e a entrada é Catraca Livre.

Organizada em três eixos principais, tem a curadoria de Henrique Piccinato Xavier, filósofo, pesquisador e artista visual. Em cinema, é possível conferir materiais inéditos e exclusivos dos diretores Jean-Luc Godard e Alexander Kluge.

Além disso, no dia 19 de julho ocorre exibição do filome “Amor Cego- Conversas com Jean-Luc Godard”, seguido de debate. O evento visa promover o lançamento dos DVDs da Versártil Home Vídeo, parceira do Sesc no projeto “Revoluções”

Confira abaixo a programação por eixo:

Fotografia

Conta com registros fotográficos ampliados em escala humana das principais revoluções do século XX.A seleção de imagens teve por base o livro “Revoluções”, de Michael Löwy. No livro, 400 fotografias em preto-e-branco registram os movimentos revolucionários, desde a Comuna de Paris, em 1871, até a Revolução Cubana, em 1953.

Música

Apresentação de composição musical traz duas horas de música constante que parte do resultado da pesquisa de canções revolucionárias do século passado.

Tem a coordenação de Willy Corrêa de Oliveira, compositor erudito da música brasileira contemporânea, e tem a colaboração e criação musical de Maurício De Bonis.

Cinema

Mostra de filmes com exibição contínua, em looping, de quatro filmes. As obras são de dois diretores engajados politicamente e questionadores da função imagética na sociedade conteporânea: Jean-Luc Godard e Alexander Kluge.

O velho lugar
(“The old place”. EUA, 1999, 49 min. Cor) de Jean-Luc Godard.

Documentário que aborda profundamente a necessidade da arte e o seu lugar na História a partir de uma montagem extraordinária, em que clipes de imagens de arquivo são exibidos ao lado de ícones importantes da arte moderna. “The Old Place” foi financiado pelo Museum of Modern Art (MoMA) de New York, exibido no Festival de Cannes 2002, e é inédito no Brasil.

A origem do século XXI
(“L’origine du XXI siècle”. França, 2000, 16’. Cor)

Foi encomendado para ser exibido na abertura do Festival de Cannes de 2000. O curta-metragem de Godard é um estudo poético e tempestivo sobre o fim do séc. XX. O percurso parte de montagem que reúne dezenas de materiais de arquivos: situações de guerra, nazismo, atrocidades humanas.

Eu vos saúdo, Sarajevo
(“Jê vous salue, Sarajevo”. França, 1993, 2min. Cor).

Uma contemplação em dois minutos de uma volátil situação da Guerra da Bósnia, apresentada em forma de foto-montagem e texto. No filme, a partir de uma única foto, Godard nos mostra uma série de close-ups que conspiram para abstrair o significado da imagem como um todo, tornando os elementos singulares em símbolos que estão lá para serem decifrados”.

Notícias da Antiguidade Ideológica: Marx, Eisenstein, o Capital
(Alemanha, 2008, 570 min. cor), de Alexander Kluge.

Em nove horas e meia, ele retoma o projeto do cineasta Sergei Eisenstein de filmar O Capital, de Karl Marx, a partir da estrutura de Ulisses, de James Joyce.

Para a exibição do filme de Kluge, uma equipe coordenada por Henrique P. Xavier refez as quase 1.000 cartelas do filme de forma similar às cartelas em alemão (utilizando as mesmas fontes, cores e disposição das originais).

Trabalho inédito no mundo inteiro, recriar as cartelas e pensá-las como imagem, como o propõe o cineasta, é uma forma de recuperar a experiência do filme para o público de língua portuguesa.

Por Redação